Dilma Rousseff, presidente do Banco dos Brics, critica o uso do dólar como “arma geopolítica” pelos Estados Unidos

Mundo

Pequim, 2 de julho de 2023 – Dilma Rousseff, ex-presidente do Brasil e atual presidente do Banco dos Brics, fez declarações no 1º Fórum Mundial da Paz, realizado na Universidade Tsinghua, em Pequim, afirmando que os Estados Unidos usam o dólar como uma “arma geopolítica”. Ela argumentou que a desvalorização cambial tem prejudicado desproporcionalmente os países em desenvolvimento.

Dilma Rousseff explicou que, no contexto de conflitos geopolíticos, o dólar tem sido utilizado como uma ferramenta de sanções, resultando no aumento dos preços de energia e alimentos e interrompendo ainda mais as cadeias de suprimentos. Ela ressaltou que essa abordagem prejudica de forma desproporcional os países em desenvolvimento, que são mais vulneráveis a essas flutuações cambiais.

A ex-presidente brasileira também afirmou que os Estados Unidos adotaram uma política de contenção para impedir o crescimento de novas potências econômicas. Segundo Dilma, essa estratégia foi aplicada anteriormente contra o Japão e agora está sendo direcionada à China.

Dilma Rousseff destacou que o sistema financeiro global é assimétrico devido ao fato de o dólar ser a única moeda de reserva internacional há décadas. Ela argumentou que essa situação beneficia o país que emite a moeda de reserva, gerando maiores vantagens para os Estados Unidos.

Embora acredite ser improvável que outra moeda hegemônica surja como substituta do dólar, Dilma Rousseff mencionou que o comércio global e as transações do mercado de capitais entre as economias emergentes indicam uma redução do domínio do dólar. Ela sugeriu que haverá um declínio gradual da influência do dólar nas transações internacionais à medida que novas dinâmicas econômicas se desenvolvam entre os países.

As declarações de Dilma Rousseff refletem sua visão crítica sobre o papel do dólar como moeda de reserva internacional e seu impacto nas relações geopolíticas e econômicas globais. Suas observações destacam a importância de uma abordagem mais equilibrada e justa no sistema financeiro internacional, buscando reduzir a assimetria existente e fortalecer a participação de diferentes moedas no cenário global.

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