Desatenção da base governista na CPMI do 8 de janeiro leva aprovação de requerimentos indesejados

Política Nacional

Nesta terça-feira (11), a base governista cometeu um descuido na CPMI do 8 de janeiro ao aprovar requerimentos que vão contra a linha de investigação da relatora, senadora Eliziane Gama. Apesar de ser aliada do governo, Gama teve seus requerimentos rejeitados anteriormente, porém, durante a votação em bloco, os parlamentares governistas não perceberam e acabaram aprovando os documentos. Entre os principais requerimentos estão a solicitação de imagens das câmeras de segurança do Palácio da Justiça, informações sobre os voos do presidente Lula e o compartilhamento do Plano Escudo elaborado para a defesa dos Palácios Presidenciais.

A maioria desses requerimentos havia sido rejeitada anteriormente com a intenção de proteger personagens importantes e documentos sigilosos relacionados ao 8 de janeiro. O presidente da CPMI, deputado federal Arthur Maia, assegurou que a oposição poderia reapresentar os documentos para serem apreciados. Assim, a oposição conseguiu aprovar a convocação do general Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI do presidente Lula, e de Saulo Moura Cunha, ex-diretor da Abin.

No entanto, alguns requerimentos de informação ainda precisavam ser reapreciados, e foi nesse momento que a desatenção da base governista foi percebida. Ao tentar reaver as aprovações, Maia se recusou a desfazer as votações e afirmou que não faria o papel de assessor parlamentar.

Em resposta, o governo conseguiu aprovar as quebras de sigilo bancário, fiscal, telefônico e telemático de algumas pessoas consideradas importantes pela base governista, como Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, George Washington de Oliveira Sousa, condenado por colocar uma bomba no Aeroporto de Brasília, e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. A estratégia do governo é obter mais informações sobre esses três indivíduos, que, segundo a base governista, não colaboraram com as investigações durante as oitivas.

A desatenção da base governista na CPMI do 8 de janeiro evidencia as tensões políticas presentes no cenário atual e a importância de uma atuação atenta dos parlamentares durante as votações. Os desdobramentos dessas aprovações e quebras de sigilo devem continuar a influenciar as investigações e o ambiente político do país.

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