O governo Lula alcançou um novo recorde ao destinar R$ 5,3 bilhões em emendas parlamentares, um dia após o recorde anterior de R$ 2,1 bilhões em um único dia. Essas emendas, conhecidas como emendas Pix ou “cheque em branco”, permitem que os recursos sejam transferidos diretamente para as contas de estados e municípios, sem a necessidade de estarem vinculados a projetos específicos.
A transferência de valores tão significativos levanta preocupações quanto à rastreabilidade e finalidade dos recursos, uma vez que prefeitos e governadores têm a liberdade de utilizar o dinheiro como desejarem. Esse repasse maciço ocorre em meio à iminente votação da reforma tributária, defendida pelo governo.
Segundo o deputado federal José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara, a prioridade atual do governo é obter vitórias nas votações do PL do Carf, do marco fiscal e da reforma tributária.
Apenas nesta semana, o governo desbloqueou repasses que já somam cerca de R$ 7,5 bilhões, de acordo com dados do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop).
Os partidos mais beneficiados com as emendas foram PSD, PL, PP, PT e MDB. Entre os estados, os que possuem o maior número de congressistas e uma população mais expressiva receberam as maiores fatias dos recursos. São Paulo lidera a lista, com R$ 515 milhões, seguido por Bahia (R$ 493 milhões), Minas Gerais (R$ 456 milhões), Rio Grande do Sul (R$ 337 milhões) e Paraná (R$ 307 milhões). Os demais estados receberam emendas abaixo dos R$ 300 milhões.
Esses números destacam a magnitude dos recursos sendo destinados às emendas parlamentares e ressaltam a importância das votações em pauta, como a reforma tributária, para o governo Lula. A distribuição dos recursos entre os estados e partidos também revela estratégias políticas e a busca por apoio no Congresso.
