Brasília, 23 de junho de 2023 – Aldo Rebelo, relator do Código Florestal e membro do PDT, é um dos poucos políticos de esquerda a criticar abertamente os principais argumentos do movimento ambientalista e as políticas do governo Lula, de acordo com a revista Crusoé. Rebelo, que já ocupou cargos importantes no governo Lula, como responsável pela articulação política e ministro da Defesa no governo Dilma Rousseff, expressa discordância em relação à visão de que o meio ambiente deve permanecer intocado, como um santuário.
Em entrevista à Crusoé, Rebelo defende a ideia de que o desenvolvimento econômico está intrinsecamente ligado à proteção e preservação ambiental. Segundo ele, quanto mais se desenvolve, mais se protege e preserva. Essa perspectiva vai de encontro à crença de que o crescimento econômico deve ser limitado em prol da conservação ambiental.
Um dos pontos de divergência de Rebelo está relacionado ao Cadastro Ambiental Rural (CAR), um instrumento que avalia o cumprimento das leis ambientais por parte dos proprietários rurais. O político defende que o CAR fique sob a tutela do Ministério da Agricultura, argumentando que se ele permanecer no Ministério do Meio Ambiente, há o risco de manipulação. Rebelo acredita que o CAR está sendo utilizado para perseguir a agricultura e os agricultores, especialmente os pequenos.
Rebelo destaca a situação dos assentados em reforma agrária no Mato Grosso, que não possuem título de propriedade e enfrentam dificuldades de regularização. Segundo ele, esses agricultores são tratados como criminosos, tendo suas propriedades embargadas. Rebelo argumenta que os pequenos agricultores, que têm uma área limitada de terra, precisam utilizar um pouco mais dela para garantir sua sobrevivência.
Essas opiniões de Aldo Rebelo, que destoam da postura geralmente adotada por políticos de esquerda em relação ao meio ambiente, têm gerado debates acalorados sobre as políticas ambientais e o desenvolvimento sustentável no Brasil. Enquanto o movimento ambientalista preconiza a proteção integral da natureza, Rebelo argumenta que é possível conciliar o crescimento econômico com a preservação ambiental, defendendo uma abordagem mais pragmática em relação à agricultura e ao uso da terra.
