Encontro entre Lula e Maduro é contraditório aos direitos humanos, afirma Human Rights Watch

Política Nacional

A ONG internacional Human Rights Watch (HRW) considerou contraditório o encontro entre o presidente Lula e o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, em relação à luta pelos direitos humanos. A diretora da HRW, Maria Laura Canineu, expressou essa posição em entrevista à Agência Lusa, de Portugal, e também abordou a visão de Lula em relação à Ucrânia.

Segundo Canineu, Lula deu algumas sinalizações contraditórias e não consistentes com os valores dos direitos humanos durante seus primeiros meses de governo. Ela mencionou que Lula chamou de “narrativa construída” as acusações de que a Venezuela não vive em uma democracia, apesar das graves violações aos direitos humanos que ocorrem no país há muito tempo. Canineu ressaltou que a Venezuela enfrenta ameaças à democracia, com o Executivo dominando o Judiciário e o Legislativo para suprimir o acesso à justiça e aos direitos fundamentais da população.

Durante a visita de Maduro ao Brasil, Lula afirmou que as acusações contra seu amigo são “narrativas” e atribuiu a culpa da crise na Venezuela às sanções aplicadas pelos Estados Unidos.

A diretora da HRW também relembrou as declarações de Lula em sua viagem aos Emirados Árabes e a Portugal, quando ele afirmou que a Ucrânia era tão culpada quanto a Rússia pelos ataques que ocorrem em seu território desde fevereiro de 2022.

Canineu criticou essa postura de Lula, argumentando que, se ele realmente deseja construir e negociar a paz, é necessário que ele apoie as iniciativas da ONU para responsabilizar os envolvidos no conflito na Ucrânia.

A diretora da HRW também levantou a possibilidade de que Lula talvez não esteja preparado para ter posições consistentes sobre direitos humanos devido ao seu viés ideológico.

O posicionamento da HRW ressalta a importância de uma abordagem coerente e comprometida com os direitos humanos por parte dos líderes políticos, especialmente quando se trata de encontros com figuras controversas e regimes autoritários. A defesa dos direitos humanos deve ser uma prioridade para a construção de um mundo mais justo e respeitoso.

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