Recentemente, em uma reportagem especial exibida no programa Geral do Povo, da RedeTV!, Dona Jovita Belfort, mãe de Priscila, fez um apelo emocionante. Após duas décadas de incertezas e um luto sem fim, ela pediu misericórdia e encorajou quem souber algo sobre o desaparecimento, ou até mesmo o responsável, a falar:
“Eu e meu filho somos cristãos, e lá em São Paulo, quando assistimos ao documentário, sentamos juntos e oramos muito. Meu filho já havia perdoado essa pessoa, mas eu ainda resistia. Naquele momento, eu finalmente consegui perdoar. E hoje, quero falar para quem fez isso, ou sabe o que aconteceu: nós já te perdoamos. Independentemente do que for, acabe com o nosso sofrimento. Pegue um telefone e faça uma denúncia, mesmo que anônima. Eu preciso dessa resposta, seja o que for.”
Dona Jovita vive com a dor de quem não sabe o que aconteceu com sua filha. Durante o desabafo, ela contou como essa ausência consome sua vida a cada dia:
“A vida passa a ser em preto e branco. A cor desaparece, tudo perde a cor. Desde o momento em que minha filha desapareceu, o meu sentimento… você está conversando com a Jovita de 2004. A dor é a mesma, a saudade é a mesma, a tristeza é a mesma. É tudo igual. Só a vida ao redor muda, mas nós, enquanto não tivermos uma resposta, permanecemos iguais.”
Para ela, a busca por justiça ou culpados já não é o mais importante, mas sim trazer alívio a um coração que sofre há 20 anos.
“Essa dor não é só minha. Como eu disse, é da Maria, da Joana, da Raquel, da Luciana. É de todas as mães. Hoje estou aqui representando pelo menos 40 mil mães que sentem a mesma dor, a mesma saudade.”