Moro comenta indiciamento de Bolsonaro pela Polícia Federal
Nesta quinta-feira, o senador Sergio Moro (União Brasil – PR) usou as redes sociais para questionar o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no caso das joias pela Polícia Federal (PF). O parlamentar comparou o caso com o do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e apontou uma notável diferença de tratamento entre as situações.
Bolsonaro e outros 11 nomes foram indiciados pela PF por supostos crimes de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. No entanto, Moro destacou que durante a Lava Jato, Lula não foi indiciado por peculato por se apropriar de presentes que recebeu na Presidência. Naquela época, tudo foi tratado como uma infração administrativa, dada a ambiguidade da lei. Os crimes imputados a Lula foram outros.
O rompimento entre Moro e Bolsonaro, ocorrido em 2020, também é relevante para entender o contexto. Moro deixou o ministério da Justiça e Segurança Pública após o presidente trocar o comando da Polícia Federal. A saída de Maurício Valeixo, substituído por Alexandre Ramagem, gerou acusações de interferência política por parte de Moro. Por sua vez, Bolsonaro alegou que Moro tinha como objetivo obter uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) .
Em maio de 2024, Moro foi absolvido por unanimidade no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em ações movidas pelo PT e pelo PL, que pediam sua cassação por abuso de poder econômico e uso de caixa dois durante a pré-campanha eleitoral de 2022 .
As acusações de Moro contra Bolsonaro também resultaram na abertura de um inquérito pelo ministro decano do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello. O inquérito visa investigar o presidente por suposta tentativa de interferência política na Polícia Federal e por falsificar a assinatura de Moro .
Em resumo, a comparação entre os indiciamentos de Bolsonaro e Lula evidencia diferenças no tratamento dado a situações similares, e o histórico de desentendimentos entre Moro e Bolsonaro adiciona contexto à discussão.