Empresa fundada por vereador petista pagava R$ 70 mil ao PCC

Política Nacional

Uma investigação da Polícia Civil de São Paulo revelou que a empresa de ônibus Transunião, fundada pelo vereador Senival Moura (PT), da Câmara Municipal da capital paulista, pagava propina ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo o jornal O Estado de São Paulo, os pagamentos semanais totalizavam R$ 70 mil.

A Transunião é uma das três empresas de ônibus da cidade de São Paulo cujos diretores ou acionistas são investigados por crimes ligados ao PCC. A investigação começou com um inquérito sobre a morte de Adauto Soares Jorge, ex-diretor da empresa que foi assassinado a tiros em março de 2020. Senival Moura foi um dos investigados, mas nega as acusações.

Ligações com o PCC

A influência do PCC na Transunião teria começado no início dos anos 2000, quando Senival Moura teria recebido recursos de Ricardo Pereira dos Santos, o Cunta, e Alexandre Ferreira Viana, o Alexandre Gordo, para sua campanha eleitoral de 2004. A partir disso, a facção teria passado a ocupar grande parte das cotas e ações da empresa, o que obrigou Senival e Adauto a “prestar contas à criminalidade organizada”.

De acordo com um relatório policial, a facção tinha um representante dentro da Transunião: Leonel Moreira Martins, um ladrão de bancos conhecido. Ele se comunicava com Adauto para resolver problemas envolvendo a empresa e os interesses do PCC.

Propina e morte

Conversas no celular de Adauto revelaram que o ex-diretor da companhia teria falado com Leonel sobre os repasses da empresa ao PCC, que segundo Adauto estariam limitados a R$ 70 mil por semana. O representante da facção, porém, teria argumentado que a companhia tinha uma dívida com ele.

Em fevereiro de 2020, o PCC obteve o afastamento de Adauto da presidência da Transunião. A facção então teria determinado a nomeação de Lourival de França Monário, um de seus integrantes, como presidente da empresa, e de Jair Ramos de Freitas, o Cachorrão, como diretor.

Segundo a polícia, Jair foi o responsável pela morte de Adauto, que teria sido assassinado pela facção em uma vingança. Senival também teria sido jurado de morte, mas só não morreu porque teria concordado em entregar 13 ônibus ao PCC e deixar a direção da empresa.

Outro lado

A Transunião não se pronunciou sobre o caso. O advogado do vereador Senival Moura afirma que as acusações contra seu cliente não têm fundamento. A defesa de Jair Ramos de Freitas também nega as acusações.

A Prefeitura de São Paulo disse que acompanha e colabora com a investigação e que é de seu total interesse que todos os esclarecimentos sejam feitos.

Relevância do caso

O caso da Transunião é um exemplo da grave influência do crime organizado no transporte público de São Paulo. A investigação da Polícia Civil pode ajudar a desmantelar essa relação e garantir a segurança dos usuários do transporte público.

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