Sessão tensa na CPI do MST: Oposição ameaça efetuar prisão de depoente

Política Nacional

Uma sessão tensa da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocorreu nesta quinta-feira (3), quando a oposição ameaçou realizar a primeira prisão no colegiado. O líder da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), José Rainha, tentou inicialmente negar apoio direto à deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) nas eleições de 2018, mas voltou atrás após ser confrontado com um vídeo que o mostra agradecendo os votos à parlamentar.

O relator da CPI, deputado Ricardo Salles (PL-SP), pressionou Rainha a falar a verdade e alertou sobre as consequências de mentir. O deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO) também ameaçou pedir prisão caso houvesse mentiras durante o depoimento.

Rainha se recusou a revelar as divergências que levaram ao rompimento com o MST e se encontrou com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Roberto Teixeira, para tratar de questões relacionadas ao ministério e ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

A presença de Rainha gerou um ambiente conturbado, com troca de provocações e insultos entre deputados governistas e oposicionistas. Três deputados apresentaram requerimentos para que José Rainha fosse ouvido na CPI, com o argumento de que ele poderia trazer esclarecimentos importantes para a investigação sobre a promoção de ocupações de terras no país.

Na terça-feira (1º), o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido da defesa de Rainha para não comparecer à CPI. Porém, o líder sem-terra poderá ficar em silêncio sobre fatos que possam incriminá-lo durante o depoimento.

José Rainha é uma das principais figuras do MST e foi apontado como um dos pivôs das invasões de terra que ocorreram no Brasil. Ele já foi preso anteriormente acusado de extorquir proprietários rurais e, desde o início do governo do presidente Lula, tem sido alvo de investigações sobre invasões de terras promovidas pelo movimento.

A CPI do MST já ouviu diversos depoentes, incluindo ex-ministros, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, professores universitários, integrantes do MST e servidores públicos. Em agosto, a comissão pretende aumentar a pressão contra o governo com a ida dos ministros Rui Costa e Paulo Teixeira, e também do líder do MST, João Pedro Stédile, cuja convocação foi aprovada.

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