Em um texto publicado nesta sexta-feira (28), o jornal O Estado de S.Paulo fez duras críticas à nomeação do economista Márcio Pochmann para comandar o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O periódico classificou essa escolha como um “insulto” e apontou que a indicação foi claramente “ideológica” e “político-partidária”.
Segundo o jornal, o maior problema da nomeação é o fato de se tratar de uma indicação política para um órgão essencialmente técnico, ignorando o compromisso que o próprio Lula havia assumido em seu discurso de posse. Além disso, o processo de escolha não teria envolvido o Ministério do Planejamento, ao qual o instituto é vinculado.
O Estadão também destacou a suposta “incapacidade” de Pochmann como economista, afirmando que essa questão é amplamente reconhecida no meio acadêmico. O economista teria seguido uma trajetória política, liderando entidades relacionadas ao PT, como o Instituto Lula e a Fundação Perseu Abramo.
O texto ainda mencionou a gestão de Pochmann no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), onde teria sido acusado de aparelhamento político. Durante seus cinco anos à frente da entidade, pesquisadores com visões contrárias às dele teriam sido afastados, e a divulgação trimestral do Boletim de Conjuntura, com projeções das principais variáveis macroeconômicas, teria sido suspensa.
O ponto mais polêmico de sua gestão no Ipea teria sido um concurso para a contratação de 62 pesquisadores, criticado pelo forte direcionamento político.
O editorial do jornal alertou que uma eventual submissão do IBGE aos interesses partidários do PT seria um desastre, já que o órgão é fundamental para embasar políticas públicas. O Estadão ressaltou que essa situação de desrespeito ao IBGE não seria um problema exclusivo do governo de Lula, mas que essa prática remonta desde a era do ex-presidente Fernando Collor de Mello, nos anos 90. No entanto, a nomeação de Pochmann teria lançado uma sombra de desconfiança sobre Lula, visto que escolheu um “fiel sabujo do PT” em vez de um “técnico reconhecido”.
O editorial do jornal demonstra uma clara preocupação com a politização de órgãos técnicos e a importância de manter a integridade e a imparcialidade do IBGE, uma instituição vital para a produção de informações e dados confiáveis para o país. A nomeação de Pochmann trouxe à tona o debate sobre a nomeação de pessoas com visões políticas partidárias para cargos técnicos e o impacto que isso pode ter na credibilidade dessas instituições.
