Condenado a 436 anos de prisão, Sérgio Cabral já está livre

Política Nacional

Condenado a 436 anos, o ex-governador Sérgio Cabral só cumpriu 1,5% de sua pena. Portanto, ainda estão faltando mais de quatro séculos para o político corrupto pagar o que deve à população do Estado do Rio de Janeiro. Sua libertação foi favorecida pela generosidade da Justiça brasileira, que não tem similar no mundo inteiro. Entre os 193 países da ONU, apenas o Brasil deixa de prender criminosos após condenação em segunda instância.

Mas os ministros do Supremo estão pouco ligando para a jurisprudência do resto do mundo. Para eles, valia a pena qualquer sacrifício para libertar outro político corrupto, Lula da Silva, e em 2019 eles decidiram criar a prisão somente após quarta instância, que significa um outro aborto jurídico sem igual em nenhuma nação. Ora, se valeu para Lula, é claro que tinha de valer para Cabral, pois não há diferença entre os dois.

SERIAM JURISTAS? – Os ministros do Supremo acham (?) que são juristas e tentam se portar como tal, mas minha ironia não chega a tanto. Deveriam dormir com a Constituição e a Lei Orgânica da Magistratura debaixo do travesseiro, para lembrar que elas existem, assim como deveriam se ajoelhar e fazer o sinal da cruz sempre que passassem diante de uma Faculdade de Direito.

Ao contrário do que dizem as leis, não existe suspeição para os magistrados da Suprema Corte,  podem atuar em processos de parentes e amigos, sem o menor constrangimento. No entanto, não tiveram dúvidas em declarar a suspeição do juiz Sérgio Moro, considerado parcial por ter condenado Lula, embora suas sentenças tenham sido confirmadas em duas instâncias superiores, e sempre por unanimidade.

O certo é que Cabral foi o último  a pegar cadeia. Se depender do Supremo, nenhum outro corrupto jamais cumprirá pena. Até chegar na quarta instância, a Justiça brasileira demora tanto que as condenações acabam prescrevendo, como tem acontecido com Lula.

CABRAL É DIFERENTE – A situação do ex-governador Cabral, porém, é única. O Supremo jamais terá a ousadia/desfaçatez de descondená-lo, porque ele se declarou culpado e alegou ter ficado viciado em roubar dinheiro público. Ou seja, o apresentador William Bonner nem poderá dizer que “o senhor não deve nada à Justiça”.

No caso de Cabral, ele já está solto, mas será eternamente prisioneiro de seu passado. Está riquíssimo com as sobras da corrupção que conseguiu esconder, mas não tem direito a nada, vai gastar em quê?

Se sair de casa, será enxotado das ruas. Em qualquer restaurante, o garçom será o primeiro a cuspir no prato dele, se conseguir atendê-lo, diante dos protestos dos outras fregueses. Cinema, teatro, praia. Ir ao Maracanã, nem pensar. Desfile de escola de samba? Pior ainda.

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