Trump confirma fechamento da USAID agência acusada de interferência em governos estrangeiros
O anúncio do fechamento da USAID, feito pelo presidente Donald Trump em 4 de fevereiro de 2025, gerou um grande impacto global. A medida foi justificada por Trump com a alegação de que a agência estava “repleta de fraudes” e que sua gestão era dominada por “lunáticos radicais”. A decisão ocorre após declarações de Elon Musk, chefe do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), que afirmou que a USAID estava “além de qualquer conserto”. A USAID, uma das maiores fontes de ajuda humanitária global, distribuía bilhões de dólares anualmente para enfrentar a pobreza, tratar doenças e responder a crises, estando envolvida em diversos projetos de saúde, educação, segurança alimentar e desenvolvimento em mais de 100 países.
Contexto Histórico e Controvérsias
Criada em 1961 durante o governo de John F. Kennedy, a USAID surgiu em um contexto da Guerra Fria, com o objetivo de ampliar a influência dos Estados Unidos no mundo e contrabalançar a expansão soviética. Com o passar das décadas, a agência se consolidou como uma das principais fontes de assistência humanitária, mas também foi alvo de críticas devido a envolvimentos em operações controversas, incluindo acusações de interferência política e apoio a operações da CIA. Em 2002, a agência foi criticada no Peru, quando uma comissão revelou que havia financiado esterilizações forçadas de mulheres indígenas, além de outras acusações de desestabilização de governos.
Reações e Impactos Globais
O fechamento da USAID gera uma enorme preocupação internacional, especialmente em países em desenvolvimento que dependem da ajuda humanitária dos EUA. Programas de combate à fome, tratamentos médicos como os de HIV/AIDS e respostas a desastres naturais podem ser drasticamente interrompidos, prejudicando milhões de pessoas. Organizações internacionais e governos já expressaram suas preocupações com a decisão, temendo as repercussões nos mais diversos setores que a agência financia.
A medida também pode abrir espaço para outros países, como a China, preencherem o vácuo deixado pela USAID, através de iniciativas como o programa Belt and Road, que já tem aumentado sua presença e influência no cenário global. Além disso, especialistas apontam que o fechamento da USAID pode prejudicar a imagem dos Estados Unidos como líder mundial em assistência humanitária, especialmente em um momento de intensificação da competição geopolítica com potências como a China.
Perspectivas e Incertezas
A incerteza quanto ao futuro da política externa humanitária dos Estados Unidos se intensifica com o fechamento da agência. Enquanto a administração Trump defende a decisão como parte de uma estratégia para reduzir os gastos públicos e alinhar a ajuda externa com os interesses nacionais, críticos apontam que as consequências a longo prazo podem ser negativas. A instabilidade pode afetar tanto a imagem internacional dos Estados Unidos quanto a estabilidade de muitas regiões dependentes dessa ajuda.
Ainda não se sabe como os programas financiados pela USAID serão transferidos ou substituídos, ou qual será o impacto no funcionamento de projetos que estavam em andamento. Nesse cenário de incerteza, funcionários da agência foram colocados em licença administrativa, e vários projetos foram congelados, gerando um ambiente de caos tanto dentro da agência quanto nas regiões afetadas pela interrupção da assistência humanitária.
Esse fechamento certamente representa uma mudança drástica na política externa dos Estados Unidos e exige uma reavaliação de como a ajuda internacional será gerida e distribuída nos próximos anos.