Gabinete de Lula demite servidor e nomeia amigo pessoal de Janja

O Palácio do Planalto passou por mais uma mudança administrativa, desta vez no gerenciamento do acervo pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O historiador Claudio Soares Rocha, que era responsável pela Diretoria de Documentação Histórica, foi dispensado de suas funções e substituído por Jackson Raymundo, um nome próximo à primeira-dama, Janja da Silva. A mudança gerou especulações, já que Raymundo é amigo de Janja e ocupava o cargo de secretário-executivo do Conselho Nacional de Educação antes de assumir sua nova função no Planalto.

A Diretoria de Documentação Histórica tem um papel crucial na organização do acervo privado do presidente, que inclui presentes recebidos e cartas enviadas ao chefe do Executivo. A mudança de liderança ocorre em um momento de reorganização interna no Planalto, com a primeira-dama exercendo uma influência crescente sobre decisões políticas e administrativas, apesar de não ocupar um cargo formal no governo.

A Influência de Janja no Governo

Desde que Lula assumiu o cargo em 2023, Janja tem sido uma figura de destaque nos bastidores do governo, com forte presença nas decisões políticas e administrativas. A primeira-dama, que se tornou uma das principais influenciadoras do presidente, conta com um time informal que assessora diretamente suas ações e postagens nas redes sociais. Este grupo é responsável, em parte, pela gravação e edição de vídeos que Janja compartilha, especialmente durante suas viagens internacionais.

Apesar de sua influência, Janja não foi poupada pela nova liderança da Secretaria de Comunicação (Secom), comandada pelo publicitário Sidônio Palmeira. A troca de um aliado próximo da primeira-dama no setor de documentação pessoal de Lula ocorre justamente no momento em que o Planalto busca acomodar outras figuras próximas à primeira-dama após mudanças na comunicação do governo.

A Substituição de Claudio Soares Rocha

Claudio Soares Rocha, historiador com longa trajetória na gestão de acervos presidenciais, foi exonerado de seu cargo e, posteriormente, aposentado do serviço público. Rocha era responsável pela organização dos acervos de vários ex-presidentes, incluindo José Sarney, Fernando Collor de Mello, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Dilma Rousseff, e Lula. Em 2023, o presidente Lula solicitou o retorno de Rocha ao cargo, mas agora, após a mudança, ele deixa a posição para dar lugar a Jackson Raymundo.

Essa troca acontece logo após a montagem de uma mostra no Planalto, onde foi apresentada uma exibição sobre a trajetória de Lula, com objetos pessoais, como uma camisa preta e branca usada por Lula durante sua época como líder sindical. A mudança no gerenciamento do acervo presidencial, em um momento tão simbólico, reforça as especulações sobre a crescente influência de Janja no governo e suas conexões com diversos setores administrativos do Planalto.

Em um governo onde as decisões e movimentações políticas são frequentemente analisadas sob uma lente de influência pessoal, essa troca no gerenciamento do acervo de Lula simboliza mais um capítulo da estreita relação entre a primeira-dama e as dinâmicas políticas do governo.

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Bruno Rigacci

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