“O estado bárbaro caiu”, festeja Macron e Lula silencia sobre a Síria
No último dia 8 de dezembro, o mundo foi surpreendido pela notícia da deposição de Bashar al-Assad, presidente da Síria, que durante anos foi alvo de críticas internacionais por sua brutalidade e autoritarismo. Durante seu governo, a Síria viveu um dos mais sangrentos conflitos do Oriente Médio, marcado por severas repressões contra a oposição, o uso de armas químicas e milhares de vítimas civis.
A situação no Oriente Médio, sempre volátil, voltou a ser tema de intensos debates internacionais, não apenas pela guerra em Israel, mas também pela queda de Assad, um líder visto por muitos como um “ditador sanguinário”. O presidente francês, Emmanuel Macron, comemorou a notícia em uma postagem em seu perfil no X, declarando: “O estado bárbaro caiu. Finalmente. Presto homenagem ao povo sírio, à sua coragem, à sua paciência. Neste momento de incerteza, envio-lhes meus desejos de paz, liberdade e unidade. A França continuará comprometida com a segurança de todos no Oriente Médio.” Para Macron, a Síria de Assad representava um “estado bárbaro”, um regime violento e repressivo.
No entanto, a reação do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, foi bem diferente. Historicamente, Lula tem mostrado uma postura de aproximação com regimes autoritários, e sua posição em relação a Assad sempre foi controversa. Em 2010, Lula chegou a homenagear Bashar al-Assad com o Grande-Colar da Ordem Nacional Cruzeiro do Sul, a maior condecoração brasileira, em um gesto de apoio àquele regime. Este histórico de alinhamento com ditadores pode explicar, em parte, o silêncio do atual presidente brasileiro diante da queda de Assad, uma vez que a sua visão sobre a Síria parece divergir das críticas amplamente compartilhadas pela comunidade internacional.
O episódio traz à tona uma reflexão importante sobre os regimes autoritários em todo o mundo. A deposição de líderes como Bashar al-Assad — seja no contexto do executivo ou do judiciário — levanta questões sobre os valores democráticos e a luta pela liberdade, temas que continuam a ser fundamentais no cenário global. Em tempos de transição, como este vivido pela Síria, o mundo observa com cautela as possíveis mudanças e os efeitos dessas transformações para o futuro da região.