Acusado de ser o ‘x9’ de Moraes, General confessa tudo

O ex-chefe do Estado-Maior do Exército, general Valério Stumpf, manifestou indignação após ser associado, em investigações da Polícia Federal, como “informante” do ministro Alexandre de Moraes, em meio a acusações relacionadas ao contexto das Forças Armadas e uma suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil. Segundo a PF, Stumpf teria resistido a esses movimentos, sendo um dos comandantes que não se alinhou a qualquer ação golpista. O inquérito também resultou no indiciamento de várias figuras, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro Walter Braga Netto, além de 35 outras pessoas, entre militares e aliados políticos.

A acusação de que Stumpf teria sido um “informante” foi recebida com veemência por ele, que defendeu que seus contatos com Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2022, eram de caráter institucional e para discutir questões de segurança do processo eleitoral. “Minha interlocução era com a Secretaria-Geral do TSE. Algumas pessoas distorceram tudo e me retrataram como um ‘informante’, algo criminoso. Isso nunca ocorreu. O contato era estritamente institucional”, afirmou Stumpf, ressaltando que sua postura sempre foi de lealdade às instituições democráticas.

Stumpf também afirmou que tem orgulho de ter defendido a democracia em tempos difíceis, enfatizando sua dedicação ao Exército Brasileiro e à proteção do sistema democrático. “Defendi a democracia em tempos complexos e tenho orgulho de ter agido de forma leal ao Exército Brasileiro”, disse ele.

Por outro lado, o jornalista Alexandre Siqueira, do estado de Minas Gerais, sugeriu que o general estava adotando um discurso de defesa das instituições que, na prática, poderia ser interpretado como uma justificativa para atitudes que, segundo ele, prejudicaram a Constituição e a democracia. Para Siqueira, Stumpf se coloca em uma posição que “reafirma que tem ciência do lado que está”, e que, embora as Forças Armadas sejam fundamentais para a proteção da nação, a verdadeira defesa da república deve ir além da mera lealdade ao Exército.

Esse episódio surge em um contexto de polarização política no Brasil, no qual o ex-presidente Jair Bolsonaro continua sendo alvo de investigações sobre seu possível envolvimento em tentativas de golpe. A narrativa em torno dessas investigações, especialmente envolvendo a figura do general Stumpf, levanta debates sobre a atuação das Forças Armadas e a forma como as instituições estão sendo pressionadas por diferentes narrativas políticas. Para muitos, a tentativa de envolver Bolsonaro de qualquer maneira nesse caso é vista como uma busca incessante por uma solução política, que poderia culminar em medidas mais drásticas contra o ex-presidente.

O caso segue em andamento, com o foco ainda sendo a busca por respostas sobre os eventos de 2022 e os possíveis desdobramentos das investigações em relação às Forças Armadas e seus envolvidos.

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Bruno Rigacci

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