Veja quem é quem na lista de indiciados da PF

O relatório final da Polícia Federal (PF) sobre o suposto plano de manter Jair Bolsonaro no poder após sua derrota nas eleições de 2022 coloca o ex-presidente no centro das articulações golpistas, com evidências de que ele estava ciente das intenções de seus subordinados e participou ativamente do plano. A investigação resultou no indiciamento de Bolsonaro e 36 aliados, incluindo ex-ministros, militares, e outras figuras políticas, pelos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do estado democrático de direito e organização criminosa.

O relatório, que tem 884 páginas, foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF) e aponta que Bolsonaro sabia e até contribuiu para o plano golpista. Entre os indiciados estão figuras proeminentes, como o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional Augusto Heleno, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos, além de militares de alta patente, ex-assessores de Bolsonaro e até um padre, José Eduardo de Oliveira e Silva, que teria participado do “núcleo jurídico” do golpe.

A lista de indiciados inclui ainda outros nomes como o ex-assessor especial de Assuntos Internacionais Filipe Martins, o advogado Amauri Feres Saad (responsável pela minuta golpista), e vários militares envolvidos no “núcleo de desinformação” e nas tentativas de subverter os resultados das eleições. A PF também identificou um plano de matar autoridades como o ministro Alexandre de Moraes, o presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin.

Embora o indiciamento seja significativo, ele não vincula automaticamente a Procuradoria-Geral da República (PGR), que ainda deve decidir se apresenta denúncia formal contra os indiciados.

As defesas dos investigados, incluindo a de Bolsonaro, Anderson Torres e Filipe Martins, têm criticado o processo. Bolsonaro, por exemplo, afirmou que aguarda uma análise mais detalhada do relatório da PF e que não confia na PGR. Martins, por sua vez, se declarou inocente e acusou a PF de fabricar provas contra ele, enquanto outros indiciados, como o ex-ministro Braga Netto e o ex-assessor Tércio Arnaud Tomaz, aguardam o recebimento oficial das informações antes de se manifestar.

A investigação tem suas origens no inquérito sobre as milícias digitais e levou a uma série de desdobramentos, incluindo apurações sobre fraudes no cartão de vacinação e desvio de joias da União. O caso, ainda em fase de investigação, destaca o clima de tensão e disputa política que se seguiu às eleições de 2022, com acusações de tentativas de subversão da ordem constitucional.

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Bruno Rigacci

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