O estado do Pará, historicamente afetado por atividades ilegais e queimadas, concentrou 57% da degradação em setembro. Municípios paraenses como São Félix do Xingu e Novo Progresso lideraram a lista dos que mais sofreram impacto ambiental. Outro dado preocupante é o aumento expressivo da degradação em Rondônia, que subiu 38 vezes em relação ao ano anterior, totalizando 1.907 km² em setembro. Carlos Souza Jr., coordenador do programa de Monitoramento da Amazônia do Imazon, reforçou que as medidas de proibição ao uso de fogo e de emergência ambiental precisam ser acompanhadas de fiscalização efetiva para que sejam eficazes.
Entre as áreas protegidas, a Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Xingu, no Pará, foi a mais afetada, com 1.030 km² degradados. No âmbito indígena, a Terra Kayapó teve 3.438 km² atingidos, concentrando 17% de toda a área degradada. Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon, destacou que a presença de degradação em terras indígenas evidencia a insuficiência das medidas atuais para conter incêndios e evitar danos ambientais em áreas vulneráveis, ameaçando tanto a biodiversidade como a qualidade de vida das populações tradicionais.
O desmatamento na Amazônia também voltou a crescer, com 547 km² derrubados em setembro, após 14 meses de redução contínua. No acumulado do ano, o desmatamento já alcançou 3.071 km², com o Pará liderando as taxas, seguido por Amazonas e Acre. Esse cenário reforça a urgência de políticas públicas de preservação e combate ao desmatamento para reduzir os impactos ambientais e proteger os ecossistemas e comunidades que dependem da floresta.