Boulos repete Haddad e não conquista eleitores de menor renda
Guilherme Boulos, candidato do PSol à Prefeitura de São Paulo no segundo turno, enfrenta um desafio significativo: a falta de apoio entre os eleitores de menor renda, um problema que afeta a esquerda na capital desde 2016.
Segundo a mais recente pesquisa Datafolha, Boulos tem apenas 32% das intenções de voto entre aqueles que ganham até 2 salários mínimos, enquanto Ricardo Nunes (MDB) lidera com 51%. A diferença entre os candidatos diminui entre os mais ricos (acima de 5 salários mínimos), onde Nunes tem 49% e Boulos 37%.
A situação é semelhante à de 2020, quando Boulos, então candidato contra Bruno Covas (PSDB), obteve 45% contra 55% do tucano entre os eleitores de menor renda na pesquisa final antes do segundo turno. Em contraste, ambos estavam empatados na faixa de 3 a 5 salários mínimos.
Esse cenário lembra o que o PT enfrentou em 2016, quando Fernando Haddad foi derrotado por João Doria (PSDB). Na última pesquisa daquela eleição, Haddad teve apenas 6% entre eleitores de até 2 salários mínimos, enquanto Doria, Marta Suplicy (PMDB) e Celso Russomano (Republicanos) o superaram.
Em 2012, Haddad tinha uma performance inversa, alcançando 54% entre os eleitores nessa mesma faixa de renda, enquanto seu adversário, José Serra (PSDB), obteve 28%. Na faixa acima de 10 salários mínimos, no entanto, Serra liderava com 55% contra 32% de Haddad.
Essa dinâmica de apoio é crucial para Boulos, que busca reverter a tendência e conquistar a confiança do eleitorado mais vulnerável.