Tarcísio liga para Aneel e cobra ação contra Enel
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, fez um contato direto com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) neste sábado (12) para cobrar providências contra a concessionária Enel, que enfrenta críticas pela demora em restabelecer o fornecimento de energia após um temporal que afetou milhões de pessoas na capital e região metropolitana. O governador lembrou que, em novembro de 2023, outro evento climático semelhante deixou bairros sem energia por até seis dias, e que a situação se repetiu sem que houvesse melhorias substanciais no serviço.
Tarcísio relatou sua insatisfação em uma ligação ao diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, mencionando que, apesar dos pedidos anteriores para a caducidade do contrato da Enel, pouco foi feito. Ele afirmou que considera inaceitável que a empresa, inclusive, tenha sinalizado a possibilidade de não restabelecer o serviço de forma integral até a segunda-feira (14).
A Enel, que atua em 24 municípios da Grande São Paulo, está sob pressão crescente. A Aneel indicou que irá intimar a empresa para apresentar explicações e um plano imediato de correção dos problemas no fornecimento de energia. Caso as respostas não sejam satisfatórias, a agência pode avançar com a retirada dos direitos de concessão da Enel, o que seria uma medida drástica.
A decisão de encerrar a concessão, no entanto, não depende exclusivamente da Aneel. Esse processo requer aprovação do Ministério de Minas e Energia (MME), que precisa basear-se em evidências concretas das falhas da Enel. Nos últimos meses, a concessionária tem se comprometido a melhorar seus serviços, prometendo investimentos significativos. A Enel havia anunciado um aporte de US$ 3,7 bilhões (cerca de R$ 20 bilhões) em sua operação no Brasil, uma promessa feita durante uma reunião entre o CEO mundial da empresa, Flavio Cattaneo, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em junho deste ano.
Apesar das promessas de investimentos, o governo federal, por meio do MME, tem demonstrado uma postura mais firme em relação à concessionária. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, interrompeu suas férias para acompanhar a situação de perto e determinou a criação de uma sala de situação para monitorar o progresso das medidas adotadas pela Enel. Ele também ressaltou que a renovação da concessão não está garantida, contrariando rumores de que a empresa teria apoio para manter seus contratos.
A Enel, por sua vez, reafirmou seu compromisso em uma nota enviada à imprensa, destacando que está empenhada em restabelecer o serviço o mais rápido possível para os 1,45 milhão de clientes que ainda estão sem energia.