Magno Malta chama José Dirceu de patrão de Toffoli: “Vergonha”
O senador Magno Malta (PL-ES) manifestou indignação com a decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), de anular as condenações de José Dirceu (PT) e do empreiteiro Marcelo Odebrecht. Em um vídeo publicado na quinta-feira (23), o parlamentar classificou a decisão como “vergonhosa” e referiu-se a Dirceu como o “patrão” de Toffoli, lembrando que o ministro foi advogado do Partido dos Trabalhadores (PT) antes de ser nomeado para a Suprema Corte, em 2009.
Malta criticou a decisão que tornou Dirceu elegível novamente, apesar de suas ações passadas, e também a anulação da condenação de Marcelo Odebrecht, que confessou e delatou seus crimes. O senador sugeriu que a decisão de Toffoli é vergonhosa e que, se ele expressasse essa opinião diretamente ao ministro, seria alvo de um processo.
Em seguida, Malta propôs que Toffoli convocasse a Odebrecht e outras grandes empresas para resolver a crise no Rio Grande do Sul, sugerindo que o dinheiro que essas empresas devem ao estado poderia resolver a situação em uma semana. Ele questionou os acordos de leniência que essas empresas confessaram, perguntando se eles foram simplesmente ignorados.
Malta também mencionou as pessoas presas em 8 de janeiro, que continuam presas, enquanto políticos condenados por corrupção na Operação Lava Jato estão tendo seus processos anulados. Ele criticou o cinismo da situação, onde pessoas estão cumprindo longas penas de prisão por vandalismo, enquanto políticos como Dirceu e Odebrecht são perdoados.
No vídeo, Malta também mencionou os ministros Alexandre de Moraes, Luiz Fux, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
Entenda a Situação
Com um placar de 3 a 2, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu derrubar a pena do ex-ministro José Dirceu resultante de uma condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A punição, de oito anos, dez meses e 28 dias de prisão, havia sido imposta pela 13ª Vara Federal de Curitiba, no âmbito da operação Lava Jato.
Para os ministros Nunes Marques, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, a pena prescreveu e, portanto, deve ser extinta. No entanto, o relator Edson Fachin e a ministra Cármen Lúcia se manifestaram a favor de manter a punição. Dias Toffoli, presidente da Segunda Turma, não votou.
No mesmo dia, Toffoli anulou as condenações do empreiteiro Marcelo Odebrecht, justificando que houve irregularidades na condução do processo por parte do ex-juiz da Lava Jato, Sergio Moro.