A Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (8), abalou o cenário político brasileiro ao atingir integrantes da cúpula do governo Jair Bolsonaro e revelar detalhes do envolvimento de militares em uma suposta tentativa de golpe de Estado.
Alvos de alto escalão:
A operação atingiu diversos oficiais-generais e ex-comandantes, incluindo três ex-ministros militares: Walter Braga Netto (Defesa e Casa Civil), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira (Defesa).
Dois dos alvos também comandaram as Forças Armadas durante o governo Bolsonaro: o general Paulo Sérgio, do Exército, e o almirante de Esquadra Almir Garnier Santos, da Marinha. A PF também apura a participação de outros 13 militares, entre integrantes da ativa e da reserva.
Colaboração e omissões:
O Exército e a Marinha emitiram notas oficiais informando que colaboram com as investigações da PF. O Exército disse que está “prestando todas as informações necessárias”, enquanto a Marinha evitou citar o teor das acusações, mas se disse “consciente de sua missão constitucional”. A Força Aérea Brasileira (FAB) não se manifestou até o momento.
Investigações e suposto golpe:
A PF apura a participação de militares em uma suposta tentativa de golpe de Estado. Segundo a investigação, uma nota conjunta dos comandantes em 2022 teria sido usada para “manutenção e intensificação das manifestações antidemocráticas”, com o suposto respaldo das Forças Armadas ao movimento.
A investigação revela que Bolsonaro teria pressionado os comandantes a aderirem a um decreto golpista em uma reunião, em que o então comandante da FAB, Baptista Junior, teria sido considerado “traidor da pátria” por não aderir ao intento.
Repercussão e impacto:
A operação gerou grande repercussão no cenário político brasileiro, com analistas e políticos ponderando sobre o impacto das revelações e o futuro das relações entre o governo e as Forças Armadas.
