PF afirma que direção da Abin dificultou buscas, diz jornalista

Agentes da Polícia Federal (PF) relataram que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) tentou obstruir a Justiça durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão na sede da agência na última quinta-feira (25). A informação foi divulgada neste sábado (27) pelo blog da jornalista Andreia Sadi, do Grupo Globo.

De acordo com a publicação, os agentes da PF disseram ter questionado sobre a extensão dos mandados e teriam sido impedidos de acessar todos os documentos. Por essa razão, os policiais relataram que tiveram que acionar o ministro Alexandre de Moraes, que autorizou a operação, para um novo despacho. A Abin não se pronunciou sobre a acusação.

A operação, batizada de Vigilância Aproximada, foi um desdobramento da Operação Última Milha, deflagrada em outubro de 2023 para investigar o suposto uso criminoso da ferramenta FirstMile. A ação visava investigar um suposto esquema na Abin para monitorar, de maneira ilegal, autoridades públicas e cidadãos comuns.

Um dos alvos da operação foi o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que foi diretor-geral da Abin entre novembro de 2019 e março de 2022. Em nota, a PF disse que Ramagem foi um dos investigados por ter criado “uma estrutura paralela na Abin”.

Em entrevista concedida à GloboNews na última quinta-feira, Ramagem disse que a PF tenta incriminá-lo sem provas. O parlamentar também chamou o caso de “salada de narrativas para chegar a uma incriminação”.

“Quando eu analiso o que foi feito aqui, essa salada de narrativas para chegar a uma incriminação, eu vejo que o MP [Ministério Público] e o Judiciário foram envolvidos por um núcleo da PF que está querendo, sem provas, incriminar”, declarou.

Ramagem afirmou ainda que a PF tem estado a serviço do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e não do Brasil.

“O que se vê aqui é essa nova Polícia Federal, não de Estado, mas de governo, perseguidora contra policiais que eram responsáveis pelos grandes trabalhos da gloriosa antiga PF”, completou.

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Bruno Rigacci

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