O Estado de S. Paulo classificou como “infeliz” a decisão do governo Lula de apoiar a denúncia de “genocídio” contra Israel. Em editorial publicado nesta sexta-feira (12), o jornal afirma que o “Brasil só tem a perder se imiscuindo dessa forma lamentável numa questão muitíssimo complexa”, e que tal alinhamento pode ter decorrido de “ignorância, cálculo político ou má-fé do presidente Lula da Silva”.
O editorial destaca que a acusação apresentada pela África do Sul não leva em consideração o contexto do conflito, ignorando os ataques sofridos por Israel por parte de grupos terroristas. Além disso, o texto critica a fragilidade da argumentação, que se baseia em declarações de autoridades israelenses para caracterizar o crime de genocídio.
O Estadão reconhece que Israel possa ter cometido crimes de guerra em Gaza, mas pondera que há uma “distância enorme” entre tais atos e um genocídio. O jornal também adverte sobre a gravidade de acusar Israel de genocídio, especialmente considerando a história do povo judeu e as perseguições sofridas ao longo da história.
O editorial conclui criticando a falta de cautela e prudência do presidente Lula, que, segundo o jornal, busca apenas aplausos de ditadores com sua postura. O texto aponta que falta ao presidente a diplomacia acima das ideologias, essencial para a defesa dos interesses do Brasil.
