O ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), iniciou sua sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado nesta quarta-feira (13) tentando se descolar de seu passado político.
No entanto, em sua primeira intervenção na sabatina, Dino afirmou que não está ali como um político.
“Não vim aqui fazer debate político”, disse.
Dino disse ainda que “não é estranha a presença de políticos e políticas nas supremas cortes” no Brasil e no mundo.
“Claro que o político tem de ter nitidez e exposição de suas posições, mas, para um juiz, é diferente. Não se pode imaginar o que um juiz será a partir de seu comportamento como político. É como julgar um goleiro por sua atuação como centroavante”, apontou.
O atual ministro da Justiça falou também acerca da harmonia entre os poderes, se colocando como alguém com este compromisso.
“Controvérsias são normais, mas não podem ser de qualquer maneira e não podem ser paralisantes e inibidoras do funcionamento das instituições”, declarou.
A fala de Dino foi recebida com reservas por senadores da oposição, que apontam que suas declarações como político podem ser um indicativo de como ele agirá como juiz.
“O que o senhor disse agora é uma frase bonita, mas é preciso ver como isso vai se traduzir na prática”, disse o senador Marcos Rogério (PL-RO).
A sabatina de Dino e do subprocurador-geral eleitoral Paulo Gonet, indicado para a Procuradoria-Geral da República (PGR), deve durar entre sete e 12 horas.
