Randolfe erra e diz que Brasil tem regime semipresidencialista

Política Nacional

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), confundiu o sistema de governo do Brasil em entrevista a jornalistas nesta segunda-feira (11). Ele afirmou que o país é semipresidencialista, modelo defendido pelo Centrão, e insistiu no erro quando questionado. Depois, se corrigiu.

Randolfe falava sobre a possibilidade de o Executivo perder mais poder sobre as emendas parlamentares no ano que vem. É discutido no Congresso um cronograma para liberação desses recursos, o que tiraria do Planalto o poder de definir quando pagar emendas para obter apoio para seus projetos no Legislativo.

“Em relação à execução de emendas, vamos dialogar. O nosso regime é semipresidencialista, foi assim que a Constituição de 1988 fundou o regime republicano semipresidencialista no Brasil. Tem o Executivo, tem um governo que tem que fazer a execução. O Executivo que é o ordenador da despesa”, declarou o senador.

Na verdade, o sistema de governo do Brasil é presidencialista. O semipresidencialismo é um modelo em que, além do presidente, há um primeiro-ministro escolhido pelo Legislativo. Esse sistema faz o presidente ter menos poder do que no modelo atual do país.

Repórteres disseram a Randolfe que o sistema é presidencialista. Ele respondeu:

“Pela Constituição de 1988 é semipresidencialista. Tem um sistema, os poderes do Parlamento, a doutrina constitucional já proclama isso, porque os poderes do Parlamento foram ampliados a partir da Constituição de 1988 em relação ao regime anterior.”

Depois, respondendo sobre outro assunto, o senador se corrigiu.

“Deixa eu me corrigir. Temos um sistema de presidencialismo de coalizão”, declarou.

“Presidencialismo de coalizão” é um termo cunhado pelo cientista político Sérgio Abranches para se referir à necessidade que presidentes brasileiros têm de costurar amplas alianças em nome da governabilidade.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), líder do Centrão, é defensor do sistema semipresidencialista. A ideia é rejeitada por Lula e seus aliados.

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