O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta terça-feira (5) a criação de uma divisão militar para lidar com o território em disputa com a Guiana, que terá sede na cidade de Tumeremo.
A nova divisão militar, chamada de Zona de Defesa Integral Guayana Esequiba (Zodi), terá três áreas de desenvolvimento e será dependente militar e administrativamente da Região de Defesa Integral Guayana (Redi).
Maduro nomeou o general Alexis Rodríguez Cabello como a principal autoridade da chamada Guayana Esequiba (Guiana Essequiba) para a Venezuela.
A disputa por esse território remonta ao século XIX, mas desde 2018 ganhou impulso diante da admissão do caso pela Corte Internacional de Justiça (CIJ), que pediu à Venezuela que não realize ações que alterem a dinâmica atual da área, administrada pela Guiana.
No entanto, Maduro rejeita a mediação da CIJ nessa questão, um argumento que também foi reforçado pelo referendo, no qual os venezuelanos concordaram em não reconhecer a jurisdição do tribunal internacional.
A criação da Zodi é vista como uma forma de a Venezuela reforçar sua presença militar na área em disputa. No entanto, Maduro disse que a divisão militar não tem a intenção de realizar incursões na Guiana.
“Não vamos invadir ninguém, não vamos fazer nenhuma ação militar”, disse Maduro. “Vamos apenas garantir a segurança da nossa fronteira e da nossa soberania.”
A Guiana, por sua vez, condenou a criação da Zodi. O governo guianense disse que a medida é uma violação da soberania da Guiana e da ordem jurídica internacional.
“A Venezuela está tentando unilateralmente alterar o status quo de uma disputa de fronteira”, disse o governo guianense em um comunicado. “Isso é inaceitável e não será tolerado.”
A criação da Zodi é mais um passo na escalada da tensão entre a Venezuela e a Guiana. As duas nações já se envolveram em confrontos militares na fronteira em 2021.
