Deputados federais de oposição discutiram na Câmara, nesta terça-feira (21), sobre a morte de Cleriston Pereira da Cunha, 46 anos, que estava preso na Papuda desde janeiro, por ter participado dos atos do 8 de janeiro.
O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) disse que, diante deste fato novo, o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), se torna inadiável.
“É por isso que nós estamos protocolando esse pedido junto à Mesa do Senado, com assinaturas de Deputados Federais e de Senadores, em virtude de sua desídia, conforme diz a Lei nº 1.079, de 1950, art. 39, 4, que trata dos crimes de responsabilidade dos Ministros do Supremo Tribunal Federal: ‘ser patentemente desidioso no cumprimento dos deveres do caso'”, declarou.
Van Hattem declarou que o ocorrido é “foi realmente criminoso”, pois o Ministério Público Federal já havia se posicionado a favor da soltura do preso em decorrência de seu estado de saúde.
Segundo o parlamentar gaúcho, há provas de que Cleriston não estava na Praça dos Três Poderes quando a invasão aconteceu, pois naquele dia ele trabalhou até 15h57.
“Ele soube das manifestações e acabou indo para a região da Praça dos Três Poderes e depois, dentro do Senado Federal, há uma foto dele atrás da barreira de policiais se protegendo. Não há nada que o incrimine ou que o incriminasse”, continuou o deputado do Novo.
Outros deputados se manifestaram para mostrar tristeza com o ocorrido e pedir para que o Senado se manifeste com urgência para iniciar o processo de impeachment de Alexandre de Moraes, entre eles o Delegado Palumbo (MDB-SP), Carlos Jordy (PL-RJ) e Marcelo Moraes (PL-RS), General Girão (PL-RN), Coronel Telhada (PP-SP), Coronel Ulysses (União Brasil-AC), Maurício do Vôlei (PL-MG) e muitos outros.
“Chegou o momento de fazermos o impeachment de Alexandre de Moraes. Há muito tempo chegou o momento de esta Casa se manifestar, e, mais do que esta Casa, o Senado Federal. Por quê? Porque o Ministro Ministro Alexandre de Moraes é responsável, sim, por essa morte. Ele tem sangue em suas mãos”, disse Jordy.
“Quero deixar aqui a minha indignação com o Supremo Tribunal Federal e dizer que, na manhã do dia 21, a toga do Supremo Tribunal Federal amanheceu com sangue, a cadeira do Presidente do Senado da República amanheceu com sangue”, declarou Marcelo Moraes.
Nikolas Ferreira esteve no enterro de Cleriston
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) esteve no enterro de Cleriston nesta terça e conversou com a família do morto, fazendo uma promessa à uma das filhas do patriota de não deixar que a morte dele seja em vão.
“Eu sei que a Esquerda levanta falsos heróis, para poder dar um símbolo de amor e justiça, mas hoje nós temos o símbolo real de uma pessoa que morreu injustamente por conta da mão do Estado. Que seja feita justiça ao Cleriston, e se não for feita justiça aqui nessa terra, eu tenho certeza de que os olhos do Senhor não estão fechados para o que está acontecendo”, declarou.
Nikolas sabe que pode haver sérias consequências por se posicionar contra o STF, mas disse que o atual momento precisa de homens de coragem.
“Eu não me importo com as consequências de fazer o correto. Eu não me importo com as consequências de defender a verdade, mesmo que isso implique prisão, mesmo que isso implique até mesmo a morte. Eu não desejo nada disso, mesmo porque incorrer em martírio seria antinatural, mas eu sei que todo aquele que tem um grande propósito faz grandes sacrifícios. Então, fica aqui tudo que eu tenho, que é o meu coração e a minha verdade. Justiça para esse homem!”, completou.
O STF afirmou, em nota, que “lamenta profundamente a morte de Cleriston de Almeida Silva” e que “esclarece que não há qualquer relação entre a prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes e o crime ocorrido”.
O tribunal afirmou ainda que “o caso está sendo investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal e que o STF está acompanhando as investigações”.
