Folha anuncia que tratará Hamas como organização terrorista

Política Nacional

O jornal Folha de S.Paulo anunciou na segunda-feira (9) uma mudança em sua abordagem editorial, passando a qualificar o Hamas como uma organização terrorista em suas matérias. Essa decisão vai contra o entendimento da Organização das Nações Unidas (ONU) em relação ao grupo. O jornal tomou essa decisão em resposta à série de ataques do Hamas contra alvos civis em Israel.

Segundo o Manual da Redação do jornal, a palavra “terrorista” deve ser usada para descrever aqueles que “praticam violência indiscriminada contra não combatentes a fim de disseminar pânico e intimidar adversários”. De acordo com a Folha de S.Paulo, isso se aplica aos integrantes do Hamas, que iniciaram uma série de ataques contra alvos civis em Israel no último sábado (7).

A Folha destacou que os membros do Hamas se infiltraram no território israelense durante o fim de semana, causando a morte de centenas de pessoas e realizando sequestros como forma de reféns.

O jornal mencionou que vídeos divulgados nas redes sociais mostram cenas de violência extrema. Em um desses vídeos, um casal de israelenses é sequestrado por homens armados do Hamas em um local onde ocorria um festival de música eletrônica. Em outro vídeo, uma mulher inconsciente e seminua é agredida por terroristas na traseira de uma caminhonete.

A Folha também observou que países europeus e os Estados Unidos já consideram o Hamas uma organização terrorista. O grupo, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, tem em seu estatuto a pregação pela destruição de Israel. O Hamas foi criado em 1987, após o início da primeira intifada, um levante palestino contra forças israelenses.

É importante notar que o Brasil segue a classificação da ONU, que não considera o Hamas um grupo terrorista. Durante seu governo, o ex-presidente Jair Bolsonaro chegou a defender uma mudança na classificação oficial do Brasil, mas essa mudança não ocorreu.

Em relação aos ataques do fim de semana, o Itamaraty, por meio de nota, condenou os bombardeios e ataques terrestres realizados em Israel a partir da Faixa de Gaza e reiterou o compromisso do governo brasileiro com a solução de dois Estados, com um Estado palestino economicamente viável, convivendo em paz e segurança com Israel, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas. O comunicado, no entanto, não mencionou o Hamas especificamente.

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