A presidente da Pfizer Brasil, Marta Díez, traz uma perspectiva preocupante para o futuro da humanidade, alertando que estamos cada vez mais suscetíveis a enfrentar pandemias nos anos que virão. No entanto, contrariando o pessimismo, ela também ressalta que estamos melhor preparados para enfrentá-las, graças às lições aprendidas durante a batalha contra a Covid-19.
Em uma entrevista exclusiva ao UOL Líderes, Marta Díez compartilhou sua visão sobre o cenário global de saúde, abordando tanto os desafios iminentes quanto as oportunidades que a pandemia nos trouxe.
Os cientistas têm alertado que, no futuro, estaremos mais suscetíveis a novas pandemias, e existem várias razões para isso. Um fator crucial é o aumento das doenças infecciosas, que continuam a se adaptar e evoluir. Além disso, a interconectividade global, que tem sido uma característica marcante do nosso mundo moderno, facilita a rápida disseminação de patógenos.
“Que vamos ter novas pandemias, parece que é fato,” disse Marta Díez. No entanto, ela também enfatiza que “que estamos preparados também é fato.” Durante a pandemia da Covid-19, os países ao redor do mundo se tornaram altamente conscientes das vulnerabilidades de seus sistemas de saúde e aprenderam a agir de forma mais eficaz em tempos de crise.
Uma das principais razões para o otimismo de Marta Díez é a tecnologia. A Pfizer desempenhou um papel crucial na luta contra a Covid-19 com a plataforma mRNA, que foi usada para desenvolver a vacina amplamente distribuída. Essa tecnologia se mostrou altamente adaptável para o desenvolvimento rápido de vacinas em resposta a pandemias.
Díez destaca que, após o sucesso no desenvolvimento da vacina da Covid-19, a Pfizer está se concentrando em outros projetos que considera “prioritários”. Ela enfatiza a capacidade da empresa de inovar em um curto período de tempo e expressa o desejo de manter essa agilidade em futuros projetos de saúde.
Um dos tópicos mais preocupantes discutidos por Marta Díez é a redução na cobertura vacinal, que ela descreve como “catastrófica” para a saúde pública. Antes mesmo da pandemia, já havia uma queda nas taxas de vacinação. No entanto, a Covid-19 acelerou ainda mais esse declínio, e, pós-pandemia, as taxas não estão se recuperando como esperado.
Díez aponta para várias razões que contribuem para essa tendência preocupante. O desconhecimento sobre o calendário vacinal, a sua crescente complexidade e as dificuldades logísticas para chegar a um centro de vacinação são alguns dos principais obstáculos que as pessoas enfrentam.
A Pfizer não apenas identificou os problemas relacionados à queda na cobertura vacinal, mas também está trabalhando ativamente em soluções. Marta Díez enfatiza a importância de manter a população informada sobre a importância das vacinas. Além disso, ela sugere a possibilidade de implementar programas de vacinação nas escolas, tornando o processo mais acessível e conveniente para os pais.
Outro aspecto relevante é o fato de que muitas pessoas não podem tirar um dia de trabalho para levar seus filhos para serem vacinados. Portanto, facilitar o acesso às vacinas e oferecer horários flexíveis pode ser uma abordagem eficaz para aumentar a cobertura vacinal.
A perspectiva de Marta Díez, presidente da Pfizer Brasil, sobre o futuro das pandemias e a preparação da humanidade é ao mesmo tempo desafiadora e esperançosa. É inegável que o mundo enfrentará desafios crescentes relacionados a doenças infecciosas, mas a lição aprendida com a Covid-19 é que estamos nos tornando mais preparados para lidar com essas crises de saúde pública.
A tecnologia, como evidenciado pelo sucesso da plataforma mRNA, pode desempenhar um papel fundamental na resposta a futuras pandemias. Além disso, é crucial abordar a queda na cobertura vacinal, uma ameaça potencialmente catastrófica para a saúde pública. A conscientização, a simplificação dos calendários vacinais e a facilitação do acesso às vacinas são passos essenciais para enfrentar esse desafio.
Em resumo, a entrevista com Marta Díez nos lembra da importância de estarmos alertas e preparados para enfrentar os desafios de saúde pública que o futuro pode trazer. É uma chamada à ação para governos, organizações de saúde e comunidades em todo o mundo para se unirem na preparação e na resposta a pandemias futuras.
