CPMI: Heleno diz achar até hoje que “bandido não sobe a rampa”

Política Nacional

Na tarde desta terça-feira (22), o general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), foi aplaudido na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro ao reafirmar uma declaração polêmica que fez no final de 2022. A declaração em questão foi: “bandido não sobe a rampa.” A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) questionou Heleno sobre essa afirmação, e ele respondeu de forma direta e sem recuar: “Bom, eu, até hoje, continuo achando que bandido não sobe a rampa.”

A declaração inicial de Heleno, dada no contexto das eleições de 2022, gerou controvérsia e debates acalorados. Na ocasião, a frase foi vista como uma insinuação de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, então candidato à presidência, não seria eleito porque supostamente era um “bandido”. A reafirmação dessa declaração durante a CPMI do 8 de Janeiro certamente reacenderá os debates sobre o papel dos militares na política e suas opiniões sobre figuras políticas.

Durante sua oitiva na CPMI, o general Heleno também abordou questões relacionadas à transição de governos e à transparência no Gabinete de Segurança Institucional. Ele destacou que, ao contrário do que foi alegado por seu sucessor na pasta, o general Gonçalves Dias, não houve ocultação de informações durante a transição entre os governos de Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva.

Heleno enfatizou que nenhuma informação foi negada à nova gestão do GSI e que “nada, absolutamente nada, ficou sob o tapete”. Ele afirmou possuir registros das palestras que foram proferidas para o então ministro do GSI, ressaltando assim a transparência no processo de transição.

Além disso, o general Heleno também abordou a questão do tenente-coronel Mauro Cid, que atuou como ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Cid havia alegado à Polícia Federal que Bolsonaro teria discutido a possibilidade de um golpe de Estado com ministros militares e comandantes das Forças Armadas.

Heleno negou categoricamente essa alegação, afirmando que o tenente-coronel Mauro Cid não participava de reuniões com comandantes das Forças Armadas. Ele esclareceu que o papel de Cid era o de ajudante de ordens do presidente da República e que não era praxe para essa função participar de reuniões de alto nível com militares.

A afirmação de Mauro Cid gerou grande controvérsia e especulação sobre a estabilidade das instituições democráticas no Brasil. A resposta de Heleno na CPMI busca dissipar essas preocupações, afirmando que a alegação é infundada e não corresponde à realidade dos procedimentos militares.

A declaração do general Augusto Heleno na CPMI do 8 de Janeiro e suas respostas a perguntas importantes certamente continuarão a ser debatidas e analisadas à medida que o cenário político e as investigações avançam.

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