General Dutra defende Exército em depoimento na CPMI do 8/1

Política Nacional

O ex-chefe do Comando Militar do Planalto (CMP), general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, prestou depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, onde esclareceu a atuação das Forças Armadas durante os eventos de invasão às sedes dos Três Poderes. Em seu depoimento, Dutra de Menezes defendeu que as Forças Armadas agiram para dissuadir os manifestantes e que não houve inércia ou omissão por parte dos militares.

O general foi questionado sobre o motivo pelo qual seu batalhão não desfez os acampamentos em frente ao Quartel General do Exército em Brasília e por que impediu que a Polícia Militar do Distrito Federal efetuasse prisões na noite da invasão. Dutra argumentou que as prisões não foram realizadas naquela noite para evitar confrontos e possíveis vítimas.

Ele enfatizou que não houve impedimento das prisões e que as Forças Armadas trabalharam de forma sinérgica com os órgãos de segurança pública. Além disso, Dutra explicou que o Gabinete de Segurança Institucional (GS) solicitou o apoio do Comando Militar do Planalto (CMP) para proteger o Palácio do Planalto, e um pelotão foi designado para essa missão. No entanto, o general não explicou por que o grupamento não impediu a invasão do prédio pelos manifestantes.

Vale ressaltar que em abril, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva exonerou Dutra do posto de comandante militar do Planalto em meio a acusações de omissão no combate às invasões de 8 de janeiro. Naquele mesmo mês, o general depôs à Polícia Federal juntamente com outros 80 militares para esclarecer a eventual participação das Forças Armadas nos eventos.

Antes de seu depoimento na CPMI, Dutra prestou informações à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos na Câmara Legislativa do Distrito Federal, onde relatou ter convencido o presidente Lula a realizar a operação de prisão dos invasores somente no dia seguinte à invasão dos Três Poderes, no dia 9 de janeiro.

Ele descreveu Lula como “irritado” com os manifestantes e afirmou que o presidente pediu que todos fossem presos. O general alegou que não recebeu ordem judicial para desmontar o acampamento em frente ao QG do Exército até 8 de janeiro, argumentando que a ausência de solicitação da Justiça impediu a remoção dos acampados para não violar seu direito de protestar.

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