Ministros da Corte pegam carona em voos de ministros do governo Lula após inelegibilidade de Bolsonaro

Política Nacional

Duas horas após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarar a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), três ministros da Corte, Alexandre de Moraes, Floriano Marques e André Ramos Tavares, pegaram carona em um voo do ministro da Fazenda do governo Lula (PT), Fernando Haddad, utilizando um jato da Força Aérea Brasileira (FAB). Essa prática de caronas em voos de ministros da Esplanada não é ilegal, pois está prevista em um decreto presidencial de 2020 (n° 10.267), mas as informações sobre essas caronas não são divulgadas de maneira transparente pelo governo.

Segundo informações do portal Poder 360, foram identificados pelo menos 14 voos em que ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) pegaram carona em voos de ministros do governo Lula no primeiro semestre de 2023, após a decisão sobre a inelegibilidade de Bolsonaro. Em comparação, durante o governo Bolsonaro, foram registradas dez caronas em todos os quatro anos de mandato.

Alexandre de Moraes foi o ministro do STF que mais utilizou essas caronas, totalizando oito viagens, das quais cinco foram requisitadas por Haddad. Além disso, ele também viajou como acompanhante da ministra da Saúde, Nísia Trindade, e do ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França. O ex-ministro Ricardo Lewandowski, aposentado do STF, fez quatro viagens utilizando essa prática.

O levantamento das informações foi obtido após diversos pedidos de Lei de Acesso à Informação e recursos em várias instâncias, já que o Ministério da Defesa se recusou a conceder as informações, desrespeitando a Lei de Acesso à Informação.

Vale ressaltar que, apesar de não ser ilegal, a falta de transparência e divulgação dessas caronas tem gerado questionamentos e críticas em relação à utilização dos recursos públicos e à prestação de contas por parte dos ministros envolvidos.

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