O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou sobre o caso envolvendo o tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, que teria negociado a venda de um relógio da marca Rolex, supostamente recebido por Bolsonaro durante uma viagem oficial à Arábia Saudita em outubro de 2019. A venda teria sido realizada por um valor de R$ 300 mil.
Durante um evento na sede da Prefeitura de São Paulo, onde almoçou com autoridades locais, Bolsonaro abordou o assunto com a imprensa. Ele adotou uma postura tranquila em relação à situação, afirmando que é natural que alguém faça cotações na internet para avaliar preços. O ex-presidente também mencionou que havia entregado ao Tribunal de Contas da União (TCU) todos os documentos solicitados, incluindo um relógio semelhante ao que estava sendo questionado.
Bolsonaro declarou: “Tudo o que o TCU me pediu foi entregue, inclusive um relógio parecido com aquele. Essa resposta do Cid tem que ver com o advogado dele. Não vejo nenhuma maldade em você cotar o preço de alguma coisa, é natural.”
O relógio Rolex suíço em questão é mencionado em uma série de conversas relacionadas à sua venda, conforme revelado por emails trocados por Mauro Cid, que estão sendo analisados pela Comissão Parlamentar de Inquérito Mista (CPMI) do 8 de janeiro.
Os emails analisados pela CPMI mostram que Mauro Cid recebeu um email em inglês de uma interlocutora, manifestando interesse em adquirir o relógio Rolex. No diálogo, a pessoa perguntou a Cid qual era sua expectativa de preço para a venda do objeto.
Cid respondeu afirmando que não possuía o certificado do Rolex, uma vez que o considerava um presente recebido durante uma viagem oficial, e que tinha a intenção de vendê-lo por 60 mil dólares (cerca de R$ 300 mil).
O caso gera debate sobre a questão ética e legal da venda de presentes oficiais recebidos por autoridades públicas e destaca a importância da transparência e prestação de contas no exercício de cargos públicos.
