Suíça se torna novo doador do Fundo Amazônia em meio a negociações com o Brasil

Política Nacional

Nesta quarta-feira (5), a Suíça anunciou sua adesão como doador ao Fundo Amazônia, tornando-se o quarto país a fazê-lo em 2023. No entanto, os valores exatos do aporte inicial ainda não foram divulgados, pois estão sendo negociados entre a Suíça e o Brasil.

O conselheiro federal da Suíça, Guy Parmelin, confirmou a decisão durante a abertura do Fórum Brasil-Suíça de Investimentos e Inovação em Infraestrutura e Sustentabilidade, no Palácio do Itamaraty. Ele afirmou que a Suíça contribuirá para o Fundo Amazônia e que a primeira contribuição será realizada nas próximas semanas, lançando uma parceria com o Brasil e outros países.

O embaixador da Suíça, Pietro Lazzeri, informou ao Estadão que os detalhes sobre as cifras serão definidos nos próximos dias e devem ser anunciados até a semana seguinte, em acordo com o Ministério da Economia da Suíça e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) do Brasil. Lazzeri ressaltou que a contribuição suíça tem como objetivo iniciar uma cooperação de longo prazo com o Fundo Amazônia, destacando o apoio da Suíça ao compromisso ambiental do Brasil.

A entrada da Suíça como novo doador do Fundo Amazônia era um objetivo discutido há alguns anos, e as negociações com autoridades brasileiras foram fundamentais para concretizar essa adesão. O Fundo Amazônia é um mecanismo altamente valorizado pelo governo brasileiro, especialmente pelo presidente Lula.

Os embaixadores suíços têm recebido orientações para indicar a preferência de alocação de recursos no Fundo Amazônia, que é gerido pelo BNDES. Os recursos são depositados mediante a confirmação da efetiva redução do desmatamento alcançada pelo Brasil.

O vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, enfatizou a importância do Fundo Amazônia para a recuperação da floresta. Ele ressaltou que o governo brasileiro está empenhado em apresentar dados concretos sobre a redução do desmatamento, incluindo a atuação das Forças Armadas no combate a crimes como o garimpo clandestino.

Neste ano, outros três países já se comprometeram a destinar recursos ao Fundo Amazônia: Estados Unidos (500 milhões de dólares), Reino Unido (80 milhões de libras esterlinas) e União Europeia (20 milhões de euros). No entanto, nenhuma nova contribuição foi efetivada até o momento.

Além disso, a Alemanha anunciou, em janeiro, um novo aporte de 35 milhões de euros ao fundo, como parte de um pacote mais amplo de 203 milhões de euros em iniciativas ambientais e climáticas no Brasil. A Alemanha é o segundo maior doador histórico do Fundo Amazônia,ficando atrás apenas da Noruega.

Desde sua criação em 2008, o Fundo Amazônia já arrecadou efetivamente 3,3 bilhões de reais. As maiores contribuições foram feitas pela Noruega e pela Alemanha, além de uma parcela significativa proveniente da Petrobras.

A adesão da Suíça como novo doador do Fundo Amazônia representa um passo importante no apoio internacional aos esforços de preservação e desenvolvimento sustentável da Amazônia brasileira. Essa contribuição reforça o compromisso da Suíça com a proteção ambiental e ressalta a importância da cooperação entre países para enfrentar os desafios relacionados à região amazônica.

A expectativa é de que essa parceria entre a Suíça e o Brasil fortaleça os esforços conjuntos para combater o desmatamento, promover o desenvolvimento sustentável e preservar a rica biodiversidade da Amazônia. A entrada de mais um doador no Fundo Amazônia é um sinal positivo e encorajador para os esforços globais em prol da preservação ambiental e do combate às mudanças climáticas.

Com a adesão da Suíça, é esperado que outros países também considerem contribuir para o Fundo Amazônia, aumentando ainda mais sua capacidade de financiar iniciativas de preservação, pesquisa e desenvolvimento sustentável na região. A proteção da Amazônia é uma preocupação global, e o apoio financeiro internacional desempenha um papel fundamental nessa missão.

À medida que mais países se unem como doadores, é necessário garantir uma gestão transparente e eficiente dos recursos do Fundo Amazônia, para que eles sejam direcionados de forma adequada e impactem positivamente as comunidades locais, a conservação da floresta e a promoção de alternativas econômicas sustentáveis para a região amazônica.

A entrada da Suíça como novo doador é um passo importante na construção de parcerias internacionais sólidas para a proteção da Amazônia. A preservação desse ecossistema vital não apenas beneficia o Brasil, mas também contribui para a preservação do patrimônio natural e para a mitigação das mudanças climáticas em todo o mundo.

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