Macron enfrenta críticas por sugerir suspensão das redes sociais em caso de protestos

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O presidente francês, Emmanuel Macron, está sendo duramente criticado por ativistas, especialistas e opositores por sugerir a suspensão das redes sociais em caso de protestos. Diante das críticas, o governo francês modificou o discurso e passou a defender a derrubada de algumas funções das plataformas, em vez de um apagão geral.

Durante uma reunião com prefeitos de 200 cidades afetadas pelos distúrbios ocorridos na semana passada, Macron mencionou a possibilidade de “regulamentar ou cortar” as redes sociais em situações extremas.

No entanto, a ideia foi amplamente criticada, com opositores de direita e de esquerda apontando que o bloqueio das redes sociais colocaria a França ao lado de países autoritários, como China, Irã e Coreia do Norte. Parlamentares questionaram a compatibilidade de tais medidas com a imagem da França como defensora dos direitos humanos e das liberdades democráticas.

Em resposta às críticas, o governo recuou e afirmou que Macron nunca considerou um corte completo das redes sociais, mas sim a suspensão temporária e pontual de algumas funções, como a geolocalização. O porta-voz de Macron, Olivier Véran, explicou que certas funções das redes sociais, como a possibilidade de organizar reuniões violentas, precisam ser limitadas para garantir a segurança e o respeito às leis.

Macron tem buscado uma resposta aos protestos contra a violência policial que ocorrem na França desde a morte de um jovem de 17 anos durante uma blitz de trânsito. Ele culpou os videogames e as mídias sociais, especialmente o TikTok e o Snapchat, por influenciar comportamentos destrutivos entre os jovens.

Durante os protestos, circularam nas redes sociais várias imagens e vídeos falsos que alimentaram a violência. O governo francês, preocupado com os efeitos das mídias sociais na incitação a tumultos e saques, reuniu-se com representantes de plataformas como TikTok, Snapchat, Twitter e Meta, pedindo a remoção de conteúdo violento e colaboração para identificar os responsáveis por incitar distúrbios.

Essa discussão sobre o controle das redes sociais coloca em pauta o equilíbrio entre a liberdade de expressão e a necessidade de garantir a segurança pública. Enquanto o governo francês busca soluções para conter a violência e preservar a ordem pública, críticos temem que restrições excessivas possam comprometer os direitos individuais e a livre circulação de informações.

O debate sobre o papel das redes sociais na sociedade contemporânea continua em curso, com governos de diferentes países buscando encontrar o equilíbrio adequado entre liberdade e regulação.

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