No último domingo (25), o ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), participou de uma entrevista com o renomado apresentador Milton Neves, na Rádio Bandeirantes. Durante a conversa, o ex-presidente abordou a ação movida pelo PDT contra ele e expressou sua opinião sobre o julgamento que ocorrerá no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o qual pode resultar em sua inelegibilidade por oito anos.
Bolsonaro, sem hesitar, rotulou o julgamento como “politiqueiro”, ressaltando a natureza oportunista do processo. Independentemente do resultado que venha a ser proferido pela Corte Eleitoral, o presidente assegurou que não será o fim do mundo.
“É um julgamento politiqueiro, não era nem pra ter recepcionado, ter me reunido com embaixadores. E tem uma jurisprudência de 2017, julgamento da chapa Dilma-Temer que simplesmente deixou de existir agora para esse julgamento meu. Então, a gente vai ver o que acontece, eu não vou adiantar o resultado aqui, mas não será o fim do mundo”, afirmou Bolsonaro.
A ação que está sendo analisada pelo TSE foi impetrada pelo PDT, acusando o ex-presidente de crime eleitoral devido a uma reunião que ele organizou com embaixadores estrangeiros. Durante o encontro, Bolsonaro expôs a vulnerabilidade da urna eletrônica e a fragilidade do processo eleitoral no Brasil, além de propor mudanças, como a adoção do voto impresso/auditável.
“Nessa reunião com embaixadores, discutimos o sistema eleitoral brasileiro. Dois meses antes, o ministro Fachin, que estava no TSE, também se reuniu com embaixadores e expressou sua opinião. Ao final do encontro, ele disse algo semelhante a: ‘assim que os resultados das urnas forem apresentados, o chefe de Estado correspondente deve reconhecer o vencedor das eleições’. Eu convidei os embaixadores, porque essa é a minha política, não é do Fachin nem de ninguém, e falei sobre as urnas. Quando se fala sobre as urnas no Brasil, dizem que você está atacando. Quando se fala sobre vacina, você é rotulado de negacionista. Quando se fala sobre o projeto de censura, estão tentando prejudicar o Estado Democrático de Direito”, desabafou o líder conservador.
Bolsonaro demonstrou insatisfação com a forma como suas ações têm sido interpretadas e criticadas. Ele ressaltou que seu intuito é discutir abertamente questões relevantes para o país, como o sistema eleitoral, sem que isso seja distorcido ou interpretado como ataques infundados.
A controvérsia em torno do julgamento no TSE e a ação movida pelo PDT têm gerado acalorados debates no cenário político brasileiro. Enquanto seus apoiadores defendem a liberdade de expressão e a transparência nas eleições, críticos acusam Bolsonaro de buscar descredibilizar o processo eleitoral e questionam suas intenções ao propor o voto impresso/auditável.
Apesar das incertezas que pairam sobre o futuro político de Jair Bolsonaro, o ex-presidente permanece confiante de que o julgamento no TSE não representará o fim de sua carreira política. Resta aguardar as decisões da Corte Eleitoral e acompanhar os desdobramentos dessa contenda jurídica, que promete influenciar o panorama político do Brasil nos próximos meses.
