Lula evita comentar situação na Rússia em meio a rebelião de grupo de mercenários

Política Nacional

Paris, 24 de junho de 2023 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se esquivou de comentar a situação interna na Rússia neste sábado, após o grupo de mercenários Wagner, que atuava na guerra na Ucrânia a favor de Moscou, se rebelar contra o governo do presidente Vladimir Putin. Antes de embarcar de volta ao Brasil, Lula afirmou que precisa ter mais informações para compreender a dimensão do motim que ocorre no país europeu. Generais russos têm se referido a essa rebelião como uma tentativa de “golpe de Estado” e fazem um apelo para que os mercenários cessem suas ações ofensivas, a fim de evitar uma possível “guerra civil”.

Ao ser questionado repetidamente por jornalistas brasileiros e franceses sobre o assunto, Lula afirmou que não iria se precipitar em seus comentários, destacando a necessidade de obter informações mais detalhadas.

“Lamentavelmente, não posso falar porque não tenho as informações necessárias. Quando eu chegar ao Brasil e me informar sobre o que aconteceu, posso falar. Agora, ouvi dizer, não tenho informações. Pretendo não falar de uma coisa tão sensível sem ter os dados necessários”, disse Lula durante sua estadia em um hotel em Paris.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, ressaltou que o presidente aguarda informações da embaixada brasileira em Moscou antes de estabelecer contatos diretos com o governo russo.

O líder do grupo mercenário Wagner, Ievgeni Prigozhin, afirmou que suas tropas entraram na cidade estratégica de Rostov-on-Don, localizada no sul da Rússia, e responsável pelas linhas de abastecimento das forças envolvidas no conflito ucraniano.

Prigozhin divulgou um vídeo a partir de um quartel em Rostov, afirmando que assumiu o controle das instalações militares locais. Ele garantiu que as aeronaves militares envolvidas na ofensiva russa na Ucrânia estão decolando normalmente dali para cumprir suas tarefas de combate, ressaltando que suas ações não interferem nas operações em curso.

O líder do grupo mercenário denunciou que os militares russos estão ocultando a verdade sobre a situação no front, afirmando que territórios previamente conquistados foram perdidos e que soldados estão morrendo diariamente.

Prigozhin declarou que, enquanto o grupo Wagner não tiver o chefe do Estado-Maior russo, Valery Gerasimov, e o ministro da Defesa, Sergey Shoigu, sob seu poder, seus mercenários continuarão bloqueando a cidade de Rostov e avançarão em direção a Moscou.

A situação na Rússia continua tensa e envolta em incertezas, com o desfecho da rebelião do grupo Wagner sendo acompanhado de perto pela comunidade internacional, enquanto o presidente Lula e outros líderes políticos se mantêm cautelosos em seus comentários, aguardando mais informações sobre os eventos em solo russo.

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