O prefeito de Belford Roxo, Wagner Carneiro, conhecido como Waguinho, do partido Republicanos, revelou que ele e sua esposa, a ministra do Turismo Daniela Carneiro, do partido União Brasil, pagaram um preço alto por seu apoio à campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no estado do Rio de Janeiro.
Waguinho afirmou que o estado fluminense é um “território bolsonarista”, o que tornou a posição do casal ainda mais desafiadora. Ele relatou que seus filhos sofreram ameaças, o que os levou a mudar de escola.
Em entrevista à GloboNews, Waguinho explicou que a ministra Daniela foi escolhida para o cargo de ministra do Turismo como uma “cota pessoal” de Lula, e não do União Brasil, partido ao qual ela deseja se desfiliar.
No entanto, devido a exigências do partido, a saída de Daniela do Ministério do Turismo está praticamente confirmada. Lula terá uma conversa com Waguinho nesta semana para acertar as “compensações” pela dispensa de Daniela, que podem incluir indicações para a chefia da Embratur. O União Brasil considera a Embratur como uma “extensão” do ministério.
Após entrar em conflito com o presidente do União Brasil, deputado Luciano Bivar, Waguinho deixou o partido e filiou-se ao Republicanos, assumindo o comando da legenda no Rio de Janeiro. Daniela e outros cinco deputados fluminenses entraram com um pedido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para se desfiliar do União Brasil sem perder seus mandatos, alegando assédio político.
Embora a decisão judicial ainda não tenha sido anunciada, a ministra também está em negociações para se filiar ao partido Republicanos.
A situação evidencia as tensões políticas e ideológicas presentes no estado do Rio de Janeiro, onde o apoio a Lula é visto como uma posição desafiadora devido à predominância do bolsonarismo. As ameaças enfrentadas pela família de Waguinho e as negociações em andamento para a saída de Daniela do Ministério do Turismo destacam a complexidade do cenário político atual e suas consequências para os envolvidos.
