De acordo com dados da Operação Acolhida, iniciativa da Casa Civil do governo federal, o Brasil continua sendo um dos principais destinos escolhidos por venezuelanos que buscam escapar da crise política, econômica e humanitária em seu país. No primeiro trimestre deste ano, de janeiro a março, cerca de 50 mil venezuelanos atravessaram a fronteira e entraram no Brasil.
Esse número representa um crescimento de 64,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. A maioria dos migrantes é composta por menores desacompanhados, idosos e pessoas em condições debilitadas. A cidade de Pacaraima, em Roraima, é a principal porta de entrada para o Brasil, e é lá que a concentração de refugiados é mais alarmante.
A vereadora Teca Nelma (PSD), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Maceió, visitou a cidade de Pacaraima e descreveu a situação como “desesperadora”. Ela destacou que a presença dos venezuelanos tem afetado até mesmo o idioma, com os moradores locais passando a falar um “portunhol” devido ao convívio com os migrantes.
O ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) também ressaltou a necessidade de maior atenção às necessidades dos imigrantes, especialmente os idosos e aqueles em condições de vulnerabilidade. Essa população está chegando em maior número do que antes da pandemia, o que demanda serviços de atendimento público específicos para suas necessidades.
A Operação Acolhida, criada em 2018 pelo governo federal, tem como objetivo fornecer assistência humanitária aos imigrantes venezuelanos que chegam ao Brasil. A situação continua sendo um desafio para as autoridades brasileiras, que buscam lidar com a chegada constante de refugiados e garantir sua integração e acolhimento adequados.
