Rio de Janeiro, 13 de junho de 2023 – O deputado federal Chiquinho Brazão, do partido União Brasil-RJ, foi alvo de uma reportagem do jornal O Estado de São Paulo que revelou que o parlamentar utilizou cerca de R$ 200 mil da verba da Câmara dos Deputados, desde 2019, para a compra de combustível em um único posto no Rio de Janeiro. O posto em questão pertence a sócios de Brazão, o que levanta questionamentos sobre possíveis conflitos de interesse.
O posto em questão é o Posto Leiroz, localizado em Jardim Sulacap, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, e fica a oito quilômetros do escritório político do deputado, em Jacarepaguá, também na Zona Oeste. Segundo a reportagem, existem outros sete postos de combustível no trajeto entre o escritório de Brazão e o Posto Leiroz.
Além da proximidade entre o escritório do político e o posto dos sócios, o valor pago pelo combustível no Posto Leiroz também chama atenção. Segundo dados apurados pelo Estadão, a gasolina comum é vendida a R$5,19 o litro e o etanol a R$4,29. Esses preços são mais altos do que os praticados em um posto localizado a apenas 250 metros de distância.
Procurado pelo Estadão, Brazão justificou que não há proibição em abastecer em qualquer posto e que todos os deputados utilizam a verba para percorrer todo o estado. No entanto, o fato de o deputado utilizar o mesmo posto desde 2019 e a existência de outros postos próximos, com preços mais baixos, levantam dúvidas sobre a escolha do Posto Leiroz.
A utilização de recursos públicos para benefício próprio ou de empresas nas quais o parlamentar possui interesse financeiro direto levanta questões éticas e pode configurar um possível desvio de verba. A notícia levanta debates sobre a transparência e a necessidade de regulamentação mais rígida no uso da verba parlamentar, a fim de evitar abusos e garantir a utilização adequada dos recursos públicos.
À medida que mais informações surgem sobre o caso, a sociedade aguarda por esclarecimentos e a devida apuração dos fatos. A conduta dos representantes políticos é fundamental para a construção de uma democracia transparente e confiável, na qual os interesses públicos sejam sempre priorizados.
