Juíza mantém dois membros do PCC presos por plano sobre Moro

Política Nacional

A juíza Gabriela Hardt, da 9ª Vara Federal de Curitiba, que decretou a ordem de prisão de nove membros do Primeiro Comando Capital (PCC) que planejavam sequestrar o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e sua família, manteve dois deles no regime de prisão temporária. Em decisão proferida no domingo (26) ela determinou que Reginaldo Oliveira de Sousa (“Re”) e Valter Lima Nascimento (“Guinho”) permaneçam mais cinco dias detidos.

Os dois participaram de uma videochamada, junto com outros integrantes da facção, cujo objetivo seria planejar o atentado. Para a Polícia Federal, eles fazem parte do alto escalão do PCC e integram um grupo chamado “Restrita”, mentor do atentado.

Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, Valter Lima do Nascimento, o “Guinho”, está diretamente vinculado ao traficante “Fuminho”, um dos maiores fornecedores de drogas para o PCC, além de ser apontado como o responsável por planejar um ousado plano de resgate do chefão da facção, o Marcola, que envolvia o uso de aeronaves, blindados e metralhadoras.

Reginaldo Oliveira de Sousa, vulgo “Re”, é apontado como integrante das equipes do PCC voltadas para os grandes assaltos de bancos e ataques contra a polícia.

Ao pedir a revogação da prisão de “Re”, seu advogado Claudio Reimberg argumentou que ele é réu primário, tem residência fixa e é arrimo de família, “principal responsável pelo sustento de sua companheira e de seus filhos, sendo um deles portador de deficiência”.

O advogado Jonas Sousa de Melo, que defende “Guinho”, alegou que, em janeiro, seu cliente estava preso e que a única prova que paira sobre ele é o print da videochamada.

Inicialmente, a Polícia Federal pediu que a prisão preventiva de Reginaldo Oliveira de Sousa e Valter Lima Nascimento fosse prorrogada por mais trinta dias. O Ministério Público Federal se manifestou no sentido contrário.

– Este órgão do MPF pronuncia-se pelo deferimento do pedido de revogação da prisão cautelar de Valter Lima – solicitou o procurador da República José Soares. A mesma manifestação foi apresentada no processo de “Re”.

A decisão de Gabriela Hardt argumenta que a apuração da PF demonstrou “que os investigados ocupam posição de liderança, sendo reconhecidos pelo uso de meios violentos para consecução de seus interesses espúrios”. A manutenção dos dois presos é, segundo a magistrada, para “evitar a destruição de provas, coação e até mesmo ameaça à integridade de testemunhas”.

A decisão também tratava dos pedidos de prisão de Patric Uelinton Salomão (“Forjado”) e Sidney Rodrigo Aparecido Piovesan (“El cid”). Contudo, como eles ainda não foram encontrados, a juíza entendeu que a análise dos pedidos estava prejudicada. Os dois pertenceriam à liderança da facção.

Até o momento, dentre os nove presos na Operação Sequaz, apenas Aline Lima Paixão conseguiu o direito de ficar em liberdade, por ter filhos menores de doze anos. Ela terá que usar tornozeleira eletrônica, ficar dentro de casa no período noturno e está proibida de ter contato com os outros investigados.

Aline Arndt Ferri, que teria compilado os dados sobre a família de Sergio Moro, apresentou neste domingo um pedido de concessão de liberdade. Ela e Cíntia Melesqui (vulgo “Luana”, que seria responsável pelas diligências em campo da quadrilha) aguardam deliberação da Justiça.

*AE

Fonte: Pleno News

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