Deputado cobra explicações após Secom “inflar” ajuda ao RS
A Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) está sob escrutínio da oposição na Câmara após economistas apontarem imprecisões nas informações divulgadas sobre o valor destinado às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. O governo federal havia anunciado um pacote de ajuda de R$ 50,9 bilhões, mas, na realidade, o investimento direto é de apenas R$ 7,7 bilhões.
Segundo a BBC Brasil, a Secom não especificou que o restante desse montante bilionário se refere à antecipação de pagamentos já previstos para este ano e à liberação de linhas de crédito de bancos. Economistas argumentam que esses valores não podem ser considerados “investimentos”, mas sim um pacote de suporte fiscal e creditício.
Em resposta a essa revelação, o deputado federal Luiz Philippe (PL-SP) apresentou um requerimento, solicitando informações detalhadas da Secom sobre os valores anunciados em 9 de maio. Ele destaca que a população gaúcha, enfrentando extrema dificuldade, merece clareza sobre os recursos reais destinados à recuperação.
No dia do anúncio do pacote de ajuda ao RS, o então ministro da Secom, Paulo Pimenta, divulgou a notícia com entusiasmo, mencionando investimentos para trabalhadores assalariados, beneficiários de programas sociais, produtores rurais, empresas, municípios e o estado do Rio Grande do Sul. O presidente Lula também expressou apoio, enquanto o Ministério da Fazenda, sob Fernando Haddad, afirmou que as iniciativas representam um impacto de R$ 50,945 bilhões em recursos cedidos ao estado.
Apesar das acusações de inflacionamento e duplicação de valores, a Secom não se manifestou, e a Casa Civil alegou transparência nos dados fornecidos pelo governo. O Ministério da Fazenda corrigiu a informação em seu site após deletar a postagem nas redes sociais.
