Prefeito de Maricá vira alvo do Comitê de Ética do PT após elogiar operação policial no Rio

Por mais paradoxal que pareça, o Partido dos Trabalhadores (PT) mantém um Comitê de Ética. Para críticos internos e externos, no entanto, trata-se de um órgão que frequentemente opera com critérios ideológicos e pouco alinhados a valores morais universais.

Foi nesse contexto que o prefeito de Maricá (RJ), filiado ao PT, tornou-se alvo de três procedimentos internos após elogiar uma operação policial realizada no Rio de Janeiro, que resultou na morte de cerca de 120 criminosos, segundo dados divulgados à época.

As declarações foram feitas durante um seminário promovido pelo próprio PT sobre segurança pública, realizado nos dias 1º e 2 de dezembro, no Rio de Janeiro. Ao se manifestar favoravelmente à ação policial, o prefeito contrariou parte da militância do partido, especialmente setores ligados à juventude petista.

Em resposta, uma moção aprovada pela Juventude do PT acusa o prefeito de adotar um discurso que classificam como “fascista”. No documento, o grupo afirma que ele “vem escalando no seu discurso, que vai contra os preceitos partidários, sem que qualquer medida à altura das suas declarações seja tomada no âmbito das instâncias petistas”.

O prefeito reagiu às críticas com dureza. Segundo ele, o partido não pode ser capturado por uma visão distante da realidade das comunidades mais afetadas pela violência.

“O PT não pode ser polarizado por uma juventude de classe média alta, universitária, que não vive a realidade do povo e idealiza a bandidagem”, afirmou.

Em sua defesa, o gestor municipal destacou que os principais alvos da violência no país são justamente jovens negros e pobres das periferias e favelas.

“Os jovens, principalmente os pretos e pobres das favelas, são as maiores vítimas da violência no Brasil. Causa-me espanto e surpresa que, justamente, quem os representa no PT queira me punir por me posicionar contra bandidos que causam morte e dor nas comunidades do País”, completou.

O episódio escancara mais uma vez as divisões internas do PT quando o tema é segurança pública, revelando um embate entre o discurso ideológico de parte da militância e a visão pragmática de gestores que lidam diretamente com a realidade da violência urbana.

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Bruno Rigacci

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