Bittar critica conduta de ministros em caso do Banco Master

Em pronunciamento no Plenário do Senado nesta segunda-feira (15), o senador Marcio Bittar (PL-AC) criticou a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) ao comentar o caso envolvendo o Banco Master, que foi liquidado extrajudicialmente pelo Banco Central. O parlamentar direcionou suas críticas ao ministro Dias Toffoli, relator do processo na Corte, e levantou questionamentos sobre a imparcialidade do Supremo.

Bittar citou informações divulgadas pela imprensa segundo as quais Toffoli teria viajado em um voo particular ao lado de Augusto Arruda Botelho, advogado ligado ao Banco Master. Para o senador, o episódio gera dúvidas sobre a isenção do tribunal na condução do caso.

De acordo com o parlamentar, decisões tomadas no âmbito do processo teriam beneficiado o empresário Daniel Vorcaro, investigado no caso. Entre os pontos mencionados estão a remessa do processo ao STF, a decretação de sigilo e a atuação da Corte em relação a informações encaminhadas à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS.

“O ministro do STF Dias Toffoli viaja para a final da Libertadores com quem? Com o advogado do Banco Master. E, ao voltar para o Brasil, estabelece sigilo ad aeternum na investigação. Como o Brasil vai confiar nos homens que estão na mais alta Corte? O Vorcaro não tem foro privilegiado. O ministro Dias Toffoli, numa outra canetada, pega o processo dele, leva para o STF, para ele julgar”, afirmou Bittar.

O senador também mencionou reportagens que apontam contatos entre integrantes do Supremo e Daniel Vorcaro. Além disso, citou decisão do tribunal que determinou o envio à Presidência do Senado de documentos relativos à quebra de sigilo do empresário, obtidos pela CPMI do INSS.

Segundo Bittar, o presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), avaliou que esse tipo de atuação compromete o papel fiscalizador do Poder Legislativo.

“A investigação descobre a roubalheira, o escândalo no Brasil que afeta a economia. Pega o telefone celular do homem, tem dados de telefones pessoais de ministros. Como é que o brasileiro vai continuar respeitando uma Suprema Corte que tem esse tipo de atitude? Onde é que está o decoro?”, questionou o senador.

Até o momento, o Supremo Tribunal Federal e o ministro Dias Toffoli não se manifestaram publicamente sobre as declarações feitas em plenário. O caso segue repercutindo no Congresso Nacional.

Compartilhe nas redes sociais

Bruno Rigacci

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site usa cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site! ACEPTAR
Aviso de cookies