PF confirma viagem de Lulinha e “Careca do INSS” em primeira classe para Portugal

A Polícia Federal (PF) possui documentação que comprova que Fábio Luís Lula da Silva, conhecido como Lulinha, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e Antônio Carlos Camilo Antunes, apelidado de “Careca do INSS”, viajaram no mesmo voo, em primeira classe, com destino a Portugal. A viagem ocorreu em 8 de novembro de 2024, partindo do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, com destino a Lisboa.

Segundo os documentos obtidos pela PF, ambos estavam no voo Latam JJ 8148. Antunes ocupava o assento 3A, enquanto Lulinha viajava na poltrona 6J, ambos próximos às janelas da aeronave e localizados na cabine de primeira classe.

A confirmação da viagem corrobora parte do depoimento prestado por Edson Claro, ex-funcionário de Antônio Carlos Antunes, às autoridades. A PF conseguiu acessar a lista de passageiros do voo mesmo após parlamentares da base governista na CPMI do INSS terem impedido, no início deste mês, que a comissão requisitasse diretamente esses documentos à companhia aérea Latam.

Passagens de primeira classe nessa rota internacional podem variar entre R$ 14 mil e R$ 25 mil. O serviço oferecido inclui poltronas que reclinam totalmente, transformando-se em camas, além de atendimento exclusivo e carta de vinhos com rótulos que podem chegar a R$ 800.

Alegações de pagamentos

No depoimento à PF, Edson Claro fez alegações mais amplas. Segundo ele, Lulinha receberia uma “mesada” de cerca de R$ 300 mil mensais de Antunes. O ex-funcionário também afirmou que teria ocorrido um pagamento único de R$ 25 milhões do “Careca do INSS” ao filho do presidente. As declarações ainda estão sob apuração e não foram confirmadas judicialmente.

Mudança para a Europa e silêncio das autoridades

Em meados deste ano, Lulinha passou a residir em Madri, na Espanha, fato que levantou questionamentos entre parlamentares da CPMI do INSS sobre a possibilidade de conhecimento prévio das investigações ou tentativa de se afastar do alcance da comissão.

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, durante encontro com jornalistas na segunda-feira (15), evitou comentar detalhes do caso, citando o sigilo das investigações. Limitou-se a afirmar que “infelizmente surgiu essa possibilidade”.

A defesa de Antônio Carlos Camilo Antunes informou que não teve acesso às informações e, por isso, não se manifestaria no momento. Lulinha ainda não constituiu advogado no caso. Pessoas próximas afirmam que ele pretende retornar ao Brasil até o final do ano.

As investigações seguem em andamento no âmbito da chamada “Farra do INSS”, e a Polícia Federal não divulgou previsão para a conclusão do inquérito.

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Bruno Rigacci

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