Lira rompe o silêncio…

O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), reagiu com forte contrariedade à operação da Polícia Federal que teve como alvo sua ex-assessora Mariângela Fialek, conhecida como “Tuca”, personagem central no gerenciamento das emendas parlamentares durante sua gestão à frente da Casa.

A ação, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, cumpriu mandados de busca e apreensão, inclusive em dependências da própria Câmara dos Deputados. A investigação apura possíveis irregularidades na destinação de recursos por meio das emendas parlamentares, mecanismo que movimenta cerca de R$ 50 bilhões por ano.

Ao comentar o caso, Lira afirmou que é precipitado atribuir desvios antes da conclusão das apurações e saiu em defesa do trabalho técnico desempenhado por Tuca. Segundo ele, a ex-assessora era respeitada por parlamentares de diferentes espectros ideológicos.

“Acho errado falar que é uma busca por desvio de emendas antes de investigar”, declarou o deputado, ressaltando que a atuação da assessora seguia orientações pactuadas entre lideranças da Câmara.

Lira também destacou que estruturas semelhantes às utilizadas na gestão das emendas durante sua presidência existem em outros órgãos do governo federal, como a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) da Presidência da República. Para ele, o funcionamento técnico não é exclusivo da Câmara dos Deputados.

O ex-presidente da Casa foi enfático ao negar qualquer vínculo direto de Mariângela Fialek com seu gabinete pessoal. “É um erro dizer que ela é funcionária do meu gabinete”, afirmou. Segundo Lira, a assessora sempre integrou os quadros técnicos da Câmara, sem ligação com um grupo político específico.

“Ela é uma técnica espetacular de orçamento. Trabalha para todos os partidos, da direita à esquerda, do PT ao PSOL”, acrescentou.

Durante o período em que Arthur Lira comandou a Câmara, entre 2021 e 2025, Tuca ganhou notoriedade por coordenar a planilha de distribuição das emendas do chamado “orçamento secreto”, modelo que posteriormente passou a ser alvo de forte escrutínio público, político e judicial.

Atualmente, Mariângela Fialek exerce funções na Liderança do Progressistas e continua atuando no gerenciamento de emendas sob a presidência do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), aliado político de Arthur Lira.

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Bruno Rigacci

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