Detido na Itália, ex-assessor de Moraes diz que ‘provas seguem seguras’, afirma defesa
O ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Eduardo Tagliaferro, foi detido nesta quarta-feira (1º) em território italiano. A informação foi confirmada por seu advogado, Eduardo Kuntz, em nota divulgada nas redes sociais.
Tagliaferro foi chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE e, após deixar o cargo, passou a fazer críticas públicas e declarações envolvendo o ministro Moraes. A defesa afirma que ele havia reunido material comprometedores sobre o magistrado.
“A prisão não representa o fim de sua missão, mas a confirmação de que suas denúncias têm força e incomodam poderosos”, afirmou Kuntz.
Segundo o advogado, o material que seu cliente afirma ter reunido “contra o magistrado” permanece “seguro e intocável”. Ele ainda afirmou que Tagliaferro estava ciente dos riscos que corria e deixou orientações registradas para que outras pessoas dessem continuidade ao que classificou como “trabalho de denúncia”.
“O silêncio que tentam impor não vai apagar a verdade. Essa história não se encerra aqui. Ela apenas se fortalece”, completou.
Motivos da prisão ainda são desconhecidos
A nota divulgada pela defesa não especifica o local exato da detenção nem as condições impostas pelas autoridades italianas. Também não foram divulgadas as razões formais para a prisão de Tagliaferro, o que levanta questionamentos sobre o contexto jurídico da detenção.
Até o momento, não houve manifestação oficial do gabinete do ministro Alexandre de Moraes ou de autoridades brasileiras sobre o caso. Também não há confirmação se o governo brasileiro teve qualquer participação ou conhecimento prévio da operação.
Histórico de conflitos com o TSE
Eduardo Tagliaferro atuou como assessor no TSE durante o período de maior atuação da Corte no combate à desinformação eleitoral. Após sua saída do tribunal, ele passou a publicar conteúdos e declarações críticas em relação ao funcionamento interno da Justiça Eleitoral e à atuação do ministro Alexandre de Moraes.
A defesa alega que Tagliaferro está sendo alvo de uma tentativa de silenciamento e promete que as supostas provas reunidas por ele serão divulgadas “mais cedo ou mais tarde”.