Petistas denunciam petistas por falcatrua em eleição interna do PT

Nem quando estão entre eles mesmos os petistas conseguem demonstrar respeito ou decência. A eleição interna do Partido dos Trabalhadores, realizada no último domingo (6), revelou mais uma vez a face obscura de um partido que, há décadas, vive envolto em escândalos. Quando nem entre “companheiros” existe ética, o que esperar em relação ao trato com o dinheiro público?

Uma reportagem da CNN Brasil escancarou a sujeira por trás do Processo de Eleição Direta (PED), que deveria servir para fortalecer a democracia interna do partido — mas que, na prática, virou vitrine da velha malandragem. Compra de votos, uso da máquina pública e manipulações explícitas tomaram conta do processo.

No Rio de Janeiro, a corrente interna “Articulação de Esquerda” denunciou a compra de votos e o uso do poder econômico na eleição. Olavo Brandão Carneiro, secretário de formação do PT fluminense, foi direto ao ponto:

“Tenho certeza que houve compra de votos e uso do poder econômico no PED do Rio de Janeiro”.

A acusação recai sobre ninguém menos que o prefeito de Maricá, Washington Quaquá, conhecido por sua influência nos bastidores do partido. Segundo as denúncias, Quaquá teria articulado uma mobilização “atípica” em sua cidade, com direito a vídeos, prints e relatos que indicam o uso da máquina pública para garantir votos ao seu grupo — especialmente a seu filho, Diego Zeidan, atual secretário de Habitação e favorito para presidir o diretório estadual do PT.

A resposta de Quaquá foi a de sempre: minimizar e debochar.

“Isso é choro de quem não tem trabalho político”, disse, como se as graves denúncias fossem apenas parte de uma disputa interna sem consequências.

Em Minas Gerais, o cenário também não foi diferente. A deputada federal Dandara foi retirada da disputa por inadimplência com o partido, o que gerou judicialização e atrasou a apuração nacional dos votos. O caos, aliás, ameaça atrasar o anúncio do novo presidente do PT — um detalhe que escancara a bagunça institucionalizada.

O que mais choca não é o fato de haver corrupção dentro do PT — isso o Brasil já conhece bem. O que impressiona é a naturalidade com que práticas escusas se repetem, inclusive em processos internos, entre “companheiros” que se vendem como defensores da ética, da justiça social e dos valores democráticos.

Mais uma vez, fica evidente: no PT, leva quem for mais malandro. E quem for decente, que chore no canto.

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Bruno Rigacci

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