Acuado, Lula imita atitude de Bolsonaro em Buenos Aires
Em meio às críticas crescentes sobre os gastos excessivos com viagens internacionais, o presidente Lula (PT) adotou uma medida mais comedida, ao menos momentaneamente: durante sua visita a Buenos Aires, marcada para esta quarta-feira (2), o petista optou por se hospedar na residência oficial do embaixador brasileiro, e não em hotéis de luxo como em ocasiões anteriores.
A viagem tem como objetivo a participação na cúpula do Mercosul, encontro que reunirá chefes de Estado dos países-membros do bloco regional. A escolha pela residência diplomática, prática comum em governos anteriores — especialmente durante a gestão de Jair Bolsonaro —, representa uma mudança de postura simbólica, mas significativa, diante das pressões por mais responsabilidade com os cofres públicos.
Nos últimos meses, o governo federal foi alvo de uma série de reportagens e questionamentos no Congresso sobre os custos milionários de viagens internacionais, incluindo comitivas infladas, hospedagens luxuosas e deslocamentos frequentes da primeira-dama, Janja da Silva, que tem atuado com visibilidade em compromissos oficiais no exterior.
A decisão de Lula pode ser interpretada como uma tentativa de responder à insatisfação popular e à cobrança de austeridade, especialmente em um cenário em que o próprio governo tenta justificar aumento de impostos com discursos sobre equilíbrio fiscal e justiça social.
Resta saber se a mudança será pontual ou se marca um novo padrão de comportamento para as próximas agendas internacionais do presidente.