A estratégia de Zambelli que desnorteou a incompetente e atrapalhada “PF de Moraes”
A Polícia Federal, em sua faceta mais recente e submissa às ordens do ministro Alexandre de Moraes, tem demonstrado não apenas truculência e arbitrariedade, mas também uma preocupante incompetência. Longe de ser a instituição técnica e respeitada que um dia inspirou confiança na população, a atual PF parece ter sido convertida em um instrumento político, encarregado de perseguir opositores ao sistema — e com resultados desastrosos.
Um exemplo claro dessa falência operacional é o caso da deputada federal Carla Zambelli, alvo de uma notória perseguição política. Sob vigilância ostensiva — supostamente imposta pela Corte —, era de se esperar que qualquer tentativa de movimentação internacional fosse prontamente identificada. No entanto, a deputada conseguiu driblar o aparato policial com uma estratégia simples, quase banal.
Mesmo fora do país, Zambelli continuou a registrar suas presenças virtuais nas sessões plenárias da Câmara dos Deputados, de 26 de maio a 2 de junho. Enquanto isso, saía discretamente do Brasil pela Argentina, embarcando para os Estados Unidos sem qualquer resistência ou interceptação. A PF só soube da sua saída quando a própria parlamentar tornou o fato público, no dia 3 de junho.
Essa sucessão de erros revela uma realidade incômoda: parte da Polícia Federal, hoje, se presta unicamente a cumprir ordens questionáveis, realizar buscas espetaculosas e intimidar cidadãos que ousam desafiar a hegemonia do sistema. Não há mais rastros daquela PF vocacionada, técnica, que atuava com firmeza no combate ao crime real e às organizações criminosas de fato.
Transformada em braço operacional de uma estrutura judicial que mistura ativismo com autoritarismo, essa nova PF está deixando um rastro de descrédito. O episódio envolvendo Zambelli apenas escancara o despreparo e a desorientação de uma corporação que, aparentemente, esqueceu sua missão constitucional.
Aos brasileiros que ainda acreditam nas instituições, resta a esperança de que a Polícia Federal reencontre seu rumo — longe das amarras políticas e do autoritarismo judicial.
Por Gonçalo Mendes Neto – Jornalista